José Renato Nalini
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Novas gerações levam a sério a saúde física e cultivam o corpo. São comuns as caminhadas, as corridas, os exercícios ao ar livre, assim como proliferam as chamadas “Academias”, com instrutores que sabem o que é melhor para o acondicionamento corporal.
Nem sempre – ou quase nunca – a mente merece tais cuidados. Costuma-se brincar que é melhor cuidar do corpo, já que a alminha está mesmo perdida. Mas há um remédio, ou melhor, uma vitamina para a mente que é infalível. O bom é que é algo gratuito. Chama-se leitura.
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O Brasil já quis ser chamado “um país de leitores”. Está muito longe disso. Infelizmente, as atenções dos iletrados voltam-se a imbecilidades chamadas “reality shows”, quando deveriam se chamar a tragédia da futilidade, do supérfluo e da mediocridade.
Alguns brasileiros não desanimaram e mantêm projetos de formação de leitores, células de lucidez que sobrevivem mercê do heroísmo de indivíduos que sabem não poder esperar nada do Estado. O governo quer mais circo, principalmente no momento em que falta pão. Não é figura de linguagem. Mais de vinte milhões de brasileiros passam fome todos os dias.
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A pesquisa “O Brasil que lê” concluiu o óbvio: não há investimento do governo federal nessa iniciativa tão meritória. Será algo programado? Afinal, quem lê adquire consciência crítica e não engoliria desvarios como os recentemente praticados contra a natureza e contra a cultura.
É bom arregimentar mais inconformados, porque do governo nada virá. Na pesquisa foram preenchidos 997 formulários e identificados 382 projetos. Os responsáveis formaram equipe multidisciplinar, composta prioritariamente por mulheres. 74% dos projetos em curso têm mulheres em seu comando. Tive experiência, na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, entre 2016 e 2018, com as “salas de leitura”, espaço preferido pelos alunos, que ali não só aprendiam a ler e como ler, mas tinham ouvidos atentos às suas angústias.
Uma exceção exitosa é o Clube de Leitura da Academia Paulista de Letras, coordenado por José Fernando Mafra Carbonieri, escritor consagrado, que continua a missão de Anna Maria Martins, entusiasta do ideal de formação de uma comunidade de leitores.
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Precisamos de mais clubes de leitura, rodas de conversa sobre livros, o retorno dos “Clubes do Livro”, que formaram tantos brasileiros ávidos por se beneficiar dessa vitamina para a mente, que é a literatura.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
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