José Renato Nalini
Divulgação/PMS
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O verão atrai as pessoas para um contato com o mar. Esse mar grandão que banha mais de dez mil quilômetros da costa brasileira. São Paulo é uma região privilegiada. Tem todo tipo de praia: calma, brava, com florestas, com montanhas.
Mas a humanidade, que se diz provida de racionalidade, não é dotada de juízo. A exploração cruel do litoral começou com a derrubada da mata, a destruição dos mangues, a ocupação de todos os espaços com prédios e mais prédios. Até os morros, em Ubatuba, foram sacrificados. É um crime o que se fez naquela bela orla.
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A natureza não tem pressa, mas se vinga. O volume de plástico nas praias fez desaparecer os peixes e a fauna marítima que era abundante. Quem é que encontra conchas e caramujos em nossas praias poluídas?
Agora vem a virose no Guarujá e todas as praias de Santos impróprias para o banho. Será que não é tempo de levar a sério a questão do saneamento básico? Esgoto na praia? Isso é surreal. Como se deixar levar pelas ondas, tendo ao lado a companhia de fezes?
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Mais educação, minha gente. Que não precisa ser educação qualificada, ecológica ou ambiental. Aquela boa educação de berço que as mães antigas faziam questão de impingir em sua cria.
A virose é um aviso. Se nada for feito, e é muito mais dispendioso corrigir do que prevenir, outras desgraças virão. Nosso litoral já é um espetáculo deprimente ao mostrar como é que não se deve tratar o mar. Ele mesmo se encarregará de corrigir isso, com o tempo. Afinal, o aquecimento global derreterá as calotas polares. O mar retomará aquilo que o homem subtraiu a ele. E talvez volte a ficar, no decorrer dos séculos, aquela beleza indômita, depois expulsar a espécie que o poluiu e conspurcou.
Não estarei aqui nesses tempos. Mas gostaria de ver alguma reação da lucidez que ainda não soçobrou à polarização, à mediocridade e à negligência que impede as novas gerações de curtirem a praia como nós pudemos fazer quando crianças.
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