José Renato Nalini
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Depois de cerca de seiscentas e dez mil mortes causadas pela COVID-19, o mundo não se prepara, mas vai enfrentar muitas outras, que superarão de longe tal cifra. É a consequência do aquecimento global, provocado pela emissão de gases venenosos, causadores do efeito-estufa. Os governos não têm dado o crédito adequado ao alarme editado pelo sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC. A reação tem sido insuficiente. A preocupação do governante é com reeleição e o único recado que chega à COP-26 é a mendicância: pedir dinheiro estrangeiro para cumprir a Constituição Brasileira.
Paulo Hartung, uma das raras vozes sensatas neste Brasil do desvario, alertou, no artigo “A última chance de frear a mudança do clima” (OESP-5.10.21), ser “imperioso combater a ilegalidade de desmatamentos, queimadas, garimpos, grilagem de terras e demais crimes contra o Brasil, que atingem em especial a Amazônia”.
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Não há tempo a perder. Os sinais de exaurimento do planeta doente estão cada vez mais próximos e mais frequentes. Quem diria que o Estado de São Paulo enfrentaria tempestades de areia típicas do Saara? É o recado explícito de que preferimos fabricar desertos a nos enriquecermos com o uso sustentável de nosso patrimônio maior: a vasta cobertura vegetal, que exterminamos com volúpia assassina.
A mensagem foi emitida por cientistas de todo o planeta, pela sensibilidade de tantas Gretas que gritam e não são ouvidas por quem deveria prestar atenção. Até porque, vivem sustentados pelo povo que deixam à sua própria sorte, desamparados por quem é pago para protegê-lo. “Cada fração de grau – cada segundo de atraso – conta. É contabilizado em termos de vidas perdidas, casas incendiadas ou inundadas, encarecimento de alimentos e destruição de valor. É a corrida por um mundo mais saudável, mais justo, resiliente, clima-positivo e carbono-negativo”.
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Prevalecerá a sensatez, a razão e a vontade de sobreviver à sanha negacionista dos parvos, dos toscos, dos primatas? Hartung cita Barack Obama, de quem o mundo tem saudades: “somos a primeira geração a sentir os impactos da mudança climática e a última geração que pode fazer algo sobre isso”. Aguardemos e oremos!
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