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A mais relevante autoridade para qualquer cidadão é o Prefeito. O gerente de sua cidade. É na cidade que tudo acontece, não no Estado e União, duas entidades mais fictícias do que reais. Só existem, mesmo, é como reflexo no bolso do contribuinte. Tributos estaduais e federais são os que mais sacrificam o brasileiro.
Não me canso de recordar André Franco Montoro, o professor de Introdução à Ciência do Direito da PUC-SP, que dizia: “Ninguém nasce na União ou no Estado. Nasce-se no município!”. E é no município que decorre a vida rotineira das pessoas.
No próximo ano haverá eleições municipais. As mais importantes. Para escolher quem comandará sua cidade, é preciso indagar qual a real capacidade do prefeito para responder às demandas da população. Parece que existe um receio de que não haja suficiente combate à corrupção e que o recrudescimento da violência paira como perigo concreto sobre o cotidiano.
Um prefeito tem de estar atento àquilo que o munícipe espera dele. Precisa estar disponível. Embora não seja fácil, tem de receber os munícipes ao menos uma vez por semana. Atendê-los, ouvi-los, anotar suas reclamações. Cuidar delas e responder. E ser honesto. Verdadeiro. Não tergiversar. Se algo não está na alçada de sua competência, explicar com franqueza.
O chefe do Executivo local precisa levar a sério a responsividade, a sua capacidade de atender às demandas da cidadania e elevar a qualidade de vida em seu município. Fazer o máximo para que a segurança em sua cidade garanta o nível ótimo de tranquilidade aos habitantes é uma obrigação que deve preocupar cada prefeito brasileiro. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 identificou o Brasil como o oitavo país com maior número de mortes violentas. Isso não é motivo de orgulho, senão de vergonha. Criar vizinhança solidária, fortalecer a Guarda Municipal, apoiar a Polícia Militar e a Polícia Civil, é algo que está no rol das obrigações mais sérias e mais esperadas de cada político interessado em governar sua cidade.
Visitar as escolas, conversar com professores, funcionários e alunos, conversar com os pais dos alunos, mostraria ao candidato a Prefeito qual a real situação de sua cidade. E mal não lhe faria, esse contato com a população, deixando um pouco de lado os áulicos. Estes só falam o que o Prefeito quer escutar. Em regra, só fazem mal a ele e à cidade.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.