José Renato Nalini
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Quando o novo quer tomar o lugar do velho e este não quer ceder, a situação caracteriza uma crise. Quando isso perdura, já não é crise. É sintoma de algo mais grave.
O que acontece com a educação brasileira é algo assim. O modelo convencional, superado há mais de um século, insiste em fazer criança e jovem decorar. Só existe a memória. Sepulta-se a imaginação, a fantasia, a criatividade, a vontade de fazer algo diferente.
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Os tempos estão mostrando que a mentalidade arcaica perde espaço. Carreiras tradicionais se extinguem. O mundo precisa de outras coisas. Uma delas: permitir que as competências socioemocionais inspirem e passem a reger o futuro da juventude.
Algo que se mostra propício a acolher o sonho é o setor audiovisual. Fazer documentários, curta-metragens, elaborar aplicativos, investir em games, pensar em filmes robustos, tudo isso é sedutor. Em São Paulo, a SP-Cine foi um setor vitorioso. Foi o que mais recuperou espaço após a pandemia. Criou quatro vezes mais empregos do que a média nacional.
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Crianças e jovens paulistas desta geração que já nasce com chip são hábeis produtores de obras-primas que logo estarão a disputar mercado internacional. Os professores que também não se conformam com o padrão arqueológico da escola tradicional devem estimular seus alunos a que procurem se informar sobre as possibilidades da SP-Cine. Ela desenvolve atividades de formação nos cineclubes, promovem encontros nas vinte salas do Circuito SP-Cine, que logo mais serão trinta.
O Brasil pode oferecer à sua juventude condições de subsistência digna e rentável, mediante investimento naquilo que é próprio a uma geração apaixonada pelo mundo web, pelo visual qualificado que a Inteligência Artificial oferece, pelas novas dimensões, pela internet das coisas, por todas essas novidades que já mudaram a sociedade e a impactarão muito mais ainda.
Procure ver algo como os projetos “Bob Cuspe”, do genial Angeli, a adaptação do clássico livro de Ruth Rocha, “Marcelo, Marmelo, Martelo”, assista o documentário sobre os Racionais e veja se o seu caminho também não está na senda promissora aberta para os moços pela SP-Cine.
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Chega de pensar em coisas superadas, que daqui a pouco não mais existirão. Seja você o artífice do seu futuro, mais atraente, mais alegre, mais feliz. Siga sua intuição e os frutos provarão que você estava certo ao estranhar as paupérrimas ofertas de porvir que a educação convencional exibia.
* José Renato Nalini é Diretor-Geral da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras.
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