José Renato Nalini

Quem é realmente feliz?

Continua depois da publicidade

O dia internacional da felicidade foi celebrado a 20 de março. Para comemorar a data, o Instituto Cidades elaborou o Mapa da Felicidade, surgido pela primeira vez em 2004. A pesquisa de capo ouviu quase seis mil pessoas em onze regiões do Estado de São Paulo e apurou que o principal ingrediente da sensação paulista de felicidade é a espiritualidade.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

A avaliação do índice de felicidade foi feita mediante associação com os chamados “Pilares da Vida”, que são espiritualidade, satisfação com a vida, família, comunidade, saúde, lazer, relacionamentos, trabalho, segurança, finanças e governo. Enquanto a espiritualidade foi o item mais destacado, o governo explicaria o nível mais baixo na sensação que alguém pode nutrir quanto a ser ou não feliz.

Continua depois da publicidade

A percepção de felicidade é muito subjetiva. Por isso, a avaliação se fez mediante proposta de que o entrevistado definisse o nível de felicidade que estavam a sentir, e os atributos que mais interferem nessa sensação.

Os pesquisadores se surpreenderam com o dado de que não há correlação direta entre renda e sensação de felicidade. Pessoas com renda familiar mensal abaixo de R$ 1.320 se classificaram “muito felizes” num percentual significativo: 44%. Enquanto isso, pessoas com renda familiar acima de R$ 13.200, registraram 37% de felicidade.

Continua depois da publicidade

Também se verificou que os idosos têm um nível de felicidade superior ao aferido em 2004, assim como as mulheres, que parecem se sentir mais felizes do que os homens.

A preocupação com a felicidade é importante, sobretudo para que pessoas reflitam sobre o fato de serem fatores benéficos para os seus semelhantes ou se existem para tornar ainda mais infelizes os já desgraçados. Se o elemento mais importante para descobrir se alguém é feliz é a espiritualidade, é preciso também meditar sobre o que as pessoas pensam que espiritualidade é. Na verdade, é um sentimento vinculado à consciência de que a vida humana é efêmera e frágil. Vive-se um tempo impreciso, que não nos é dado escolher quando começa e quando acaba. Só sabemos que acaba. E, nesse percurso, nossa missão deveria ser tornar felizes as outras pessoas. A melhor forma de ser feliz é essa: fazer feliz o outro.

Quem se doa a causas não egoísticas adquire um status distanciado da matéria, do consumismo, do narcisismo e de outros “ismos” que tornam a própria vida um exercício de infelicidade.

Continua depois da publicidade

* José Renato Nalini é Diretor-Geral da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras.     

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software