José Renato Nalini

POR QUE NÃO FAZER?

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Foto: Markus Spiske/Unsplash

O mundo está ameaçado pelas mudanças climáticas e pouca gente se propõe a fazer algo para mitigar as dramáticas consequências disso, a cada momento mais próximas. Entretanto, é possível reagir, ainda que pareça pouco a ação individual, diante da dimensão do problema.
 
Os bons exemplos existem e precisam ser disseminados. Um dos excelentes frutos da Constituição Cidadã de 1988 foi fomentar a formação de grupos do Terceiro Setor. A convicção de que o Estado não é capaz de resolver todas as questões e que o governo está a serviço da cidadania, a única titular da soberania. Ao menos, do que sobrou dela na profunda mutação geopolítica que a humanidade sofreu nos últimos tempos.
 
Assim, inúmeras entidades atuam na mudança do panorama ambiental e fazem a diferença essencial diante da inércia de tantos.
 
Em Jaguariúna duas iniciativas interessantes. A OSCIP “Trilhos do Jequitibá”, em parceria com a Associação Carisma, recolhem o alimento desperdiçado e, junto com galhos secos, fazem compostagem. A técnica de trituração dá resultados e não precisa de grande espaço. Os sacos de adubo são vendidos para a agropecuária da região e o valor obtido é revertido para a manutenção da Carisma, que abriga quase cinquenta assistidos.
 
A compostagem é parte do processo de recuperação de seres humanos que foram tragados pela droga. Ao mesmo tempo, dá-se finalidade útil ao desperdício de alimento, algo muito comum na realidade brasileira. Nas empresas, o descarte de alimento chega até a meio quilo por pessoa, a cada dia. Quando essa comida desperdiçada é triturada, ela se transforma em biomassa que pode servir como “vaso orgânico”. Contém nutrientes suficientes para auxiliar a germinação de qualquer planta.
 
Cada empresa responsável poderia contar com um triturador próprio e ajudar a natureza a se preservar de maneira ecologicamente correta.
 
Além disso, a “Trilhos do Jequitibá” desenvolveu um projeto chamado “Eu vejo flores em você”. Consiste em plantar crotalaria, um arbusto que produz flores atraentes para libélulas. Estas se alimentam das larvas e do mosquito Aedes aegypti adulto, transmissor da dengue.
 
São formas factíveis de promover o desenvolvimento sustentável, mediante atividades de cunho artístico, cultural e lúdico. E você, o que está fazendo pelo ambiente de sua rua e de sua cidade?
 
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.  

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