José Renato Nalini
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É muito triste saber que o Brasil tem sete mil assassinatos de crianças e adolescentes por ano. Quarenta e cinco mil são vítimas de abuso sexual. Como é sabido, as vítimas são majoritariamente negras.
Quem apurou foi o Panorama da Violência Letal e Sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, patrocinado pela Unicef, o setor das Nações Unidas para a infância. Participou também o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Há de tudo nessa trágica estatística: crianças que sofrem violência doméstica, em geral atacadas por pais ou padrastos. De igual forma, o abuso sexual está ligado a pessoas próximas. Já os adolescentes morrem mais na rua. Quando deveriam estar na escola, já que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, em colaboração com a sociedade.
Há mortes violentas intencionais – homicídio, feminicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte – e mortes decorrentes de episódios violentos nos quais houve perda de controle, mas não a intenção de matar.
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Foram 35.616 assassinatos de criança entre 2016 e 2020. Média de 7,1 mil mortes violentas por ano e cerca de 20 por dia. A maioria das vítimas era adolescente, 31 mil na faixa dos 15 aos 19 anos. Mas foram 1.449 homicídios de crianças abaixo de 9 anos. Número que, infelizmente, vem crescendo. Foram 300 crianças no ano passado. O terrível é que o assassinato de crianças até quatro anos aumentou 89% nesse período. Está evidente que a propagação do uso da arma de fogo é uma parte importante desse nefasto índice.
No mesmo período, foram contabilizados 179 mil estupros. Ainda existe a certeza de que esses dados são subestimados. Na realidade, podem ser muito superiores: tanto o número de mortes, como de estupros.
É flagrante a prática da violência no Brasil que já tem vinte milhões passando fome, vinte e cinco milhões na certeza de que passarão fome dentro em breve, quinze milhões de desempregados, quantos milhões de desalentados?
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O receituário é de conhecimento de todos. Mas a política partidária prefere cuidar de reformas eleiçoeiras, que garantam a permanência nos cargos eletivos e de aumentar Fundos Eleitoral e Partidário.
Em lugar desses Fundos, a pesquisa mostra que estamos é no fundo do poço!
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