José Renato Nalini
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Filosofar é uma atividade humana imprescindível para manter a saúde mental. Ela representa a incessante busca do saber. Etimologicamente, “filos” remete à amizade e “sofia” é sabedoria. Então o filósofo é, singelamente, um amigo da sabedoria.
Mas parece que a humanidade se distanciou dessa busca. Está mais empenhada em obter bens materiais. Uma competição sem tréguas. Nessa corrida insana, o humano, que se diz racional, esquece-se de si mesmo. Pode até cuidar do corpo, mas as doenças da alma o avassalam.
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É muito bom que os que não perderam de todo a lucidez guardem um espaço de seu tempo – o único bem irrecuperável – para procurar a verdadeira sabedoria. Aquela que nos permitirá a nos conhecer melhor e a nos satisfazer com os nossos dons e talentos. Sem inveja, sem vontade de ser alguém que não é e que nunca será.
Os antigos eram peritos nisso. Viveram melhor do que nós. Ocupavam-se do pensamento puro. Descontaminado da matéria. É saudável refazer o caminho de volta.
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Quando começou essa preocupação? Desde que o homem habita o planeta. Segundo os gregos, o estudo da filosofia começou entre os bárbaros. Mas “bárbaros”, para os helênicos, eram os povos que não falavam a língua grega. Não havia a conotação pejorativa que hoje esse verbete pode ostentar.
Para os gregos antigos, os persas tiveram seus magos, os babilônios ou assírios seus Caldeus e os indianos seus ginosofistas – o que significa, literalmente, “os sábios nus”. Entre os celtas e gálatas encontram-se os druidas ou veneráveis, o que nos é transmitido por Aristóteles na obra “O Mágico”.
Pitágoras foi o primeiro a usar o termo e a autodenominar-se “filósofo”. Os homens geralmente considerados sábios eram Tales, Sólon, Períandros, Cleôbulos, Quilon, Bias e Pítacos. Mas a filosofia, como a conhecemos hoje, teve origem dupla. Começou com Anaximandro e com Pitágoras. Dentre os filósofos, alguns são chamados dogmáticos e outros céticos. Os que acreditam que as coisas podem ser conhecidas, são dogmáticos. Os que suspendem o juízo, alegando que as coisas não são suscetíveis de conhecimento, são os céticos.
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Hoje há mais dogmáticos na vida intelectual. Todos inoculam a juventude, hábil a responder “com certeza” a qualquer indagação, embora ninguém tenha certeza de nada.
Vamos filosofar mais e brigar menos. Esse o caminho para se chegar à verdadeira sabedoria.
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* José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
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