José Renato Nalini
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A natureza é mágica. Existe um equilíbrio perfeito entre o solo, a atmosfera, a água e toda espécie de vida. O design inteligente é inteligente demais. Tudo funciona. Assim temos vivido.
Só que a maldade humana consegue desequilibrar tudo isso. inventamos o automóvel, que é o veículo mais egoísta sobre a face da Terra. Fazemos questão de ter esse monumento de metal que, para funcionar, precisa de combustível. E preferimos o de origem fóssil – óleo diesel e gasolina – ao etanol ou a outras fontes limpas, como biometano, biogás e hidrogênio.
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Isso transformou nossas cidades em arapucas. Verdadeiras armadilhas, que estão à caça de pulmões sensíveis. Estes aspiram veneno que toma conta de todos os espaços. São Paulo é o exemplo de como não se planejar um ajuntamento humano. Quase treze milhões de pessoas vivendo no mesmo espaço, historicamente reservado aos veículos, não aos seres chamados racionais.
Quando ocorrem altas temperaturas, cumuladas com queimadas que inflamam grande parte do território nacional, a saúde do povo vai abaixo. São Paulo, durante quatro dias, foi a metrópole mais poluída do mundo. Não é exagero. É verdade. Foram dados fornecidos pela CETESB, que leva em consideração as recomendações da OMS – Organização Mundial da Saúde. Irrespirável o nosso ar, pois impregnado de poluente. Poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos em lei.
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O Índice de Qualidade do Ar – IQAr monitora o ar nas maiores cidades e contempla cinco níveis: qualidade boa, moderada, ruim, muito ruim e péssima. Temos respirado partículas inaláveis, partículas inaláveis finas, Partículas Totais em Suspensão, Fumaça, Ozônio, Monóxido de carbono, Dióxido de nitrogênio e Dióxido de enxofre.
Onde foi parar aquele ar puro, essencial à sadia qualidade de vida? A volúpia automobilística levou. Onde está a autoridade climática, há tanto tempo prometida e freada por imposição do agro ogro, dos trogloditas que querem fazer a política da “terra arrasada”, desde que seus bolsos permaneçam fornidos do vil metal?
Você pretende fazer alguma coisa a respeito? Ou continuará a respirar veneno, até que a ceifadeira venha fazer sua parte?
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