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Nossos tempos costumam atribuir ao verbete “ativista” uma conotação pejorativa. Como se manter-se ativo, característica de quem está vivo e deve harmonizar sua vida com o dinamismo natural da existência, fosse um pecado. Não. O ativismo é o que faz com que as coisas se transformem. Se possível, para melhor.
O artista é um ser humano que enxerga o mundo com outros olhos. Mais potentes. Mais capazes de vislumbrar aquilo que a mediocridade não consegue, preza às mesquinhas miudezas que a movem.
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Por isso é que os realmente talentosos, os que se destacam, fazem suas escolhas e opções. São seres privilegiados com um estoque de atributos que os distinguem da planície. Daí o alcance de seu discurso, que pode estar na música, no teatro, no cinema, na fotografia, na poesia, na literatura. Ou seja: nesse mundo lindo, em cotejo com o mundo feio das fake News, da maledicência, da podridão. Infelizmente, muito à nossa vista nestes dias.
Para não falar nos brasileiros, menciono como um desses magos na disseminação de um pensamento transformador, o Bono Vox. O irlandês Paul Hewlson, nascido em Dublin em 10 de maio de 1960, escreveu “Surrender – 40 Songs, One Story”, publicado no Brasil pela Intrínseca. É um pacifista sensível à fome na África, às guerras santas no Oriente Médio, à Teologia da Libertação e ao terrorismo político na América Latina.
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Ele se condói com todos os infelizes. Lamenta o surrealismo de haver fome no mundo da abundância: “Como as pessoas podem carecer de comida em um mundo em que há montanhas de açúcar e lagos de laticínio? E o que pode ser feito?”.
Perguntas que o Brasil pode responder, se houver espaço para a agricultura familiar. Além de dar condições de subsistência digna a milhões de brasileiros, poderá alimentar o Brasil e o mundo.
Ouçamos os artistas. Os nossos e os estrangeiros. Eles foram providos de um arsenal de motivações que podem nos tornar seres humanos ainda melhores. É por intermédio da obra deles que nos conscientizamos de nossa obrigação, quanta vez descumprida, de tornar o mundo um espaço menos impiedoso, egoísta e triste. É isso o que justifica nossa existência e nossa permanência nele.
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* José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA
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