Enquanto a maré de más notícias prospera, as boas permanecem ocultas. É confortador saber que o alpinista Waldemar Niclevicz, o primeiro brasileiro a chegar ao topo do Everest, criou uma reserva florestal no Paraná. Ele escalou o mais alto pico do mundo em 1995 e vai voltar lá, com um objetivo: chamar a tenção para a urgência da restauração ecológica.
Fincará no alto uma bandeira com o desenho de uma araucária, árvore símbolo do Paraná e em extinção. Durante a pandemia da Covid-19, ele comprou 116 hectares na região rural de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. Desde então, recupera o local e planta mudas de araucária.
Era uma área degradada, abandonada desde 1980. Hoje está sendo restaurada com araucárias, árvore da Mata Atlântica praticamente extinta. Ele transformou sua propriedade em RPPN, Reserva Particular de Patrimônio Natural, acrescentando a sua às 334 reservas do Paraná.
Para cobrir o seu espaço de araucárias, o alpinista utiliza mudas enxertadas. São clones de matriz selecionada, sem doenças, produtivas e resistentes. A primeira muda enxertada plantada no local, há três anos, já tem a primeira pinha. Normalmente, a araucária demora quinze anos para soltar a primeira flor. Já as enxertadas florescem com apenas três anos.
Que gesto bonito o de Waldemar. Poderia ser replicada em outros espaços. Não há cidade que não precise de uma floresta, seja urbana, seja rural. Plantar árvores é a melhor tecnologia, disponível nesta terra em que “se plantando, tudo dá...”.
É preciso lembrar que não levaremos nada quando partirmos. E se existe uma única certeza em nossa vida, é a de que partiremos de verdade. Ninguém ficará. Por que não deixar uma lembrança bonita, em forma de uma reserva florestal? Com isso, além de permanecer na memória de quem fica, estar-se-á a colaborar para que o fenômeno existencial continue a perdurar neste planeta.
Seja protagonista da História. Mude o mundo para melhor. Contribua com alguma ação para tornar a terra o saudável planeta que já foi um dia e que nossa crueldade está convertendo em espaço inabitável.