José Renato Nalini

Metaverso & Metaprosa

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O Brasil dos contrastes é um país cruel. A pouquíssimos, reserva tudo. A muitos milhões, reserva nada. As conquistas das tecnologias da comunicação e da informação escancaram o fosso intransponível entre os incluídos e os excluídos.

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            Veja-se o metaverso, a nova coqueluche, intensificada após Mark Zuckerberg, dono do Facebook, do WhatsApp e do Instagram, denominar o holding dessas poderosíssimas empresas de Meta.

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            Universidades de elite já se utilizam dessa estratégia para propiciar a seus educandos uma formação esmerada e atualizadíssima. O sistema permite ao aluno participar da aula de onde estiver. Ele simplesmente será transferido para o ambiente virtual onde ele atuará como se presencialmente estivesse.

            Para o aluno é um conforto, para o professor um desafio. Toda novidade interessante e eficiente para transmitir aprendizado é imediatamente assimilada pelos que têm recursos. A USP já está no metaverso como a primeira universidade pública brasileira. Firmou acordo de cooperação com a Rádio Caca-RACA, que a ela cedeu o primeiro NFT – token não fungível. Isso representa um ganho de espaço no Metaverso, mais exatamente na USM – United States of Mars, uma nação virtual criada pela RACA. Nela a USP poderá construir espaços de interação.

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            Falta, como é notório, mão de obra especializada para produzir os módulos, daí a necessidade de chamar os jovens que têm aptidões especiais para o mundo da eletrônica, da informática, da cibernética, da telemática, da engenharia de dados e que tais.

            Esses os profissionais dos quais o Brasil necessita, para poder abrigar nas asas das Universidades aqueles seres que tiveram um fundamental precário, que mal sabem ler, que ao lerem não conseguem extrair algo de aproveitável da sua leitura. Que não conseguem se exprimir, nem escrever algo inteligível.

            Um enorme desafio, considerado o crescimento da miséria, a inflação galopante, a descrença na democracia representativa e a falta de compostura de quem deveria dar o exemplo, pois pago com o dinheiro do povo para a busca do bem comum. Metaverso é apenas um exemplo dos paradoxos cruéis da nação brasileira, que está mais para Metaprosa, uma fantasia imaginativa dos políticos profissionais. 

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*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.

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