José Renato Nalini
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Logística reversa é prática há muito existente no Primeiro Mundo. É a coleta e reintrodução no ciclo produtivo de resíduos gerados por produtos após a sua vida útil. Parte da lógica bastante objetiva de que aquele que se propõe a fabricar algo durável, é também responsável pelo destino dessa coisa, depois de atender à finalidade para a qual foi preordenada.
O Brasil tardou em normatizar essa estratégia, que foi estabelecida em 2010 na Política Nacional de Resíduos Sólidos. São Paulo é um dos Estados em que ela tem funcionado. Excelente providência, vincular a licença ambiental à implementação da logística reversa. Outra coisa boa é o Ministério Público entrar com ações contra os municípios e contra as empresas, algo que não pode ser considerado assédio judicial. Pois deixar resíduos sólidos no ambiente é contrário não só à natureza, mas também é um risco enorme à saúde da população.
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A sociedade civil precisa ser alertada de que resíduos sólidos lançados ao léu, sem destinação adequada, é algo que vai encurtar a vida de todas as pessoas. O lixo é responsável por cerca de dez por cento das emissões dos gases venenosos, causadores do efeito-estufa.
Em países mais adiantados, as indústrias oferecem prêmio aos consumidores que devolvam, em condições, as embalagens, os utensílios, os recipientes em que o produto é oferecido ao consumidor.
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Importante, ainda, fazer com que a população exija de suas administrações locais a construção de ecopontos, lugares apropriados para a destinação dos resíduos sólidos. E que se estimule a prática da compostagem, que é a reciclagem de produtos orgânicos, pois estes servem para a produção de fertilizantes e, quando em grande quantidade, geram energia, mediante o aproveitamento do biogás e do gás de metano.
É uma questão de sobrevivência o enfrentamento da questão vergonhosa dos “lixões”, um dos índices de subdesenvolvimento mais flagrantes, e do qual – infelizmente – o Brasil não está livre.
Cidadania consciente leva a sério a logística reversa e a economia circular, que resultam em mais riqueza e mais qualidade de vida para todos.
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* José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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