José Renato Nalini

Lagos que salvam

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Descobriu-se recentemente que não são apenas as árvores da Amazônia que garantem a continuidade da vida neste planeta. Os lagos também absorvem gás carbônico em quantidade muito maior do que se imaginava. Não são grandes lagos, mas pequenas lagoas, espalhadas pela floresta que um dia já foi bem mais densa. Hoje ostenta cicatrizes causadas pelo bicho-homem, que dela depende, mas que não a respeita.

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Foram pesquisadores da Universidade Federal Fluminense que concluíram que tais pequenos corpos d’água estocam volume desproporcionalmente elevado de carbono. Com isso, impedem que uma enorme quantidade do gás causador do efeito estufa seja lançado na atmosfera, causando o agravamento do malfadado aquecimento global.

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Os lagos são grandes sumidouros de gás carbônico, porque absorvem grandes quantidades do material orgânico da vegetação que se desenvolve no seu entorno. Como a Amazônia foi provida de abundante cobertura vegetal, a quantidade de CO2 que ela absorve é muito maior, em relação a outras formações lacustres.

 Mais um motivo para se cuidar da recuperação da floresta destruída com sanha criminosa nos últimos anos. É a ciência que comprova que as áreas sujeitas a inundação na região da Amazônia Legal produzem o efeito benéfico de capturar gás carbônico.

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Depois de inúmeras viagens, os cientistas constataram que os lagos da Amazônia ostentam taxas de acumulação de CO2 dentre as mais elevadas do planeta. Chegam a ser de 113,5 gramas por metro quadrado, o que significa dez vezes mais do que os de lagos localizados em outros biomas. Para completar, os cientistas apuraram que a taxa de acumulação de gás carbônico é 2,3 vezes maior nas áreas em que a mata foi preservada, quando cotejada com a das áreas desmatadas.

A conclusão é a de que a destruição das matas ao entorno dos lagos reduz a sua capacidade de acolher matéria orgânica e, com isso, deixam de representar esse benefício na captação dos gases venenosos, causadores do efeito-estufa que vai matar toda espécie de vida no planeta.

Isso vale também para todo e qualquer lago, um componente da ecologia nem sempre valorizado pela ignorância que campeia a maior parte da população, que embora dependendo da preservação ambiental, não luta contra os dendroclastas e suporta o feroz extermínio de seu futuro.

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* José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.   

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