José Renato Nalini

Invista em soft skills

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Relatório do Fórum Econômico Mundial conclui que oitenta e cinco milhões de funções serão substituídas até 2025. Os avisos não deixaram de ser emitidos pelos futurólogos e pelos analistas das tendências para o amanhã. A automação vai acabar com inúmeros empregos, assim como já acabou em todos os setores, inclusive na agricultura.

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            O lado ruim de tudo isso é que sobram trabalhadores e faltam empregos. Mas o trabalho surge de outras formas. Sempre haverá necessidade de seres humanos, mas a qualificação que a educação formal oferece é insuficiente para garantir subsistência digna.

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            Quem tem noção das coisas e juízo – coisa rara em nossos dias – tem de investir naquilo que já nasceu conosco: habilidades comportamentais. No afã de adestrar o aluno para decorar informações – hoje localizáveis instantaneamente nos Google disponíveis – e não fazê-los pensar, a escola tradicional se esqueceu das competências socioemocionais.

            Contudo, serão elas que garantirão a sobrevivência das novas gerações. Resiliência, comunicação, empatia, liderança, autogestão, são as chamadas “soft skills”, essenciais e – o que é melhor – todas potencialmente extraíveis da própria natureza humana. É só recordar da parábola dos talentos. Todos nascemos com algum talento e inúmeros defeitos. Estes devem ser combatidos, aquele, lapidado, estimulado e desenvolvido.

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            O mundo precisa de humanos. Mas humanos mesmos: aqueles capazes de se colocar no lugar do outro, de sentir suas dores, de incorporar seus anseios, necessidades e angústias. Espírito de equipe, relacionamento interpessoal, paciência para ouvir. É o mundo “VUCA”, do qual já ouvimos falar: sigla das iniciais em inglês para volatility, uncertainty, complexity e Ambiguity: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Os robôs não conseguem ainda – um dia talvez venham a conseguir! – responder a situações voláteis, incertas, complexas e ambíguas.

            Um estudo da Universidade de Stanford apurou que 85% do sucesso deriva de atitudes positivas, só 15% têm relação com “hard skills”, treinadas na escola tradicional.

            Como começar? Investir naquilo em que você já é bom. Combater os pontos fracos. Ter curiosidade e uma vontade imensa de aprender coisas novas e conhecer gente nova. Computador ainda não faz isso. Será que um dia chegará a tanto?

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*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.

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