José Renato Nalini
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Há muitas maneiras de iluminar uma existência. Às vezes, basta um sorriso. A pessoa tem uma porção de problemas, está angustiada, achando que há uma conspiração cósmica contra ela. De repente, encontra alguém que lhe sorri! É o suficiente para desanuviá-la, pelo menos por instantes.
Ilumina-se alguém quando se é generoso, quando se abraça, quando se elogia, quando se reconhece a qualidade a sobrepairar sobre os defeitos. Pois defeituosos, todos os humanos somos.
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Abrir os olhos embaciados também é iluminar. Temos de encarar a vocação de sermos aquele que escapou à caverna de Platão e trouxe o irmão para a claridade da verdade. A partir daí, haverá um farol a guiar os passos do convertido, rumo ao que é certo, correto, direito, ético.
Mas estou pensando em algo mais trivial. Iluminar uma casa desprovida de energia elétrica. Consigo fazer isso? Se você não consegue individualmente, pode recorrer a um projeto “Litro de Luz”. O plástico inundou o planeta e seu descarte é um dos inúmeros problemas que a humanidade ameaçada em sua sobrevivência tem de encarar. Há milhões de brasileiros cujos lares só dispõem de lampiões de querosene, lamparina ou vela. O que significa isso para estudar, para trabalhar, para cuidar da casa e da família?
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A ideia partiu das Filipinas, muito semelhante ao Brasil em desigualdade social. O “Liter of Light” já tem onze anos e se inspirou na técnica criada pelo brasileiro Alfredo Moser. Ele instalou uma garrafa pet com alvejante no telhado e, por refração da luz solar, a garrafa gera iluminação equivalente a uma lâmpada de 60 watts.
No Brasil, houve um aprimoramento. Usa-se garrafa PET, cano de PVC e placas para iluminar os ambientes com luz solar. Tudo sem ligação elétrica. A energia solar faz funcionar uma lâmpada LED instalada dentro da garrafa. Tem autonomia de cinco horas. E pode servir também para a iluminação pública.
Os próprios usuários aprendem facilmente a fazer a instalação e a mantê-la. Quem se interessar por obter maiores informações, pode acessar https://forms.gle/kaYLXI8MZ5kUx6g97 .Esses endereços eletrônicos são ainda complicados. Mas vale a pena participar.
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O melhor é constatar, uma vez mais, que brasileiros têm imaginação, criatividade, engenho e inventividade. Se houvesse uma escola de qualidade, ninguém seguraria o Brasil!
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
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