José Renato Nalini
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Reprodução: Unsplash/James Day
Parece que as pessoas estão notando que 2023 aponta como o ano mais quente já registrado. É o ano de maior temperatura que a história já registrou. O colapso climático em pleno curso, diante da insensibilidade do bicho-homem. Continua a desmatar, continua a poluir, a envenenar, a matar abelhas e outras espécies animais.
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Quem sai de São Paulo pelas inúmeras estradas que cortam o Estado, vê todas as bordas do que restou de propriedade rural queimadas. Serão as “bitucas” lançadas ao léu? Mera coincidência ou mais um testemunho da irresponsabilidade humana?
A Amazônia, coitada, é hoje uma ficção. Além de ocupada pela criminalidade cada vez mais bem organizada e sofisticada, arde em chamas. Em cinco dias de setembro, indicava mais da metade do total de focos de calor de todo o mês de agosto. São dados do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão perseguido no governo passado, porque ousava dizer a verdade baseado em ciência.
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Esse aumento de fogaréu coincide com a seca dos rios e a elevação incrível da temperatura, sinal de que a mudança climática resolveu castigar a humanidade perversa. Em 2022, o Amazonas já teve o seu pior setembro, com quase nove mil queimadas. A fumada produzida na primeira semana deste setembro de 2023 atingiu áreas rurais e urbanas da região metropolitana de Manaus, dentro do arco do desmatamento do sul do Estado.
Sem água suficiente nos rios, não há como apagar os incêndios. Os municípios não dispõem de corpo de bombeiro. Os sacrificados brigadistas atuavam sob acordo de cavalheiros mantido pelo governo do Estado: os municípios ofereciam alimentação e alojamento e o Estado com a mão-de-obra. Mas alega-se falta de verba. Será que os gastos com a realização de encontros preparatórios para a COP-30, em 2025, não teriam sido suficientes para suprir essa ausência de recursos? Que tal reduzir o montante entregue aos Partidos Políticos, os famigerados “Fundões” Partidário e Eleitoral, que só servem para fomentar essa profissão dispendiosa, que não tem feito pelo Brasil o que ele de fato precisa.
O mundo está esquentando. E nós parecemos os sapos nadando no caldeirão que vai ferver em breve.
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*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.
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