Os dados são notórios e incessantemente divulgados. 2024 foi o ano mais quente da História. O Brasil teve 278,2 mil focos de incêndio, a pior cifra desde 2010. Nosso País teve aumento alarmante de desastres climáticos. 4.077 foi a média anual de desastres climáticos registrada entre 2020 e 2023, diz o relatório elaborado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, apoiada pela Unesco.
A pesquisa foi elaborada pela Unifesp – Universidade Federal de São Paulo e o número de ocorrências é praticamente o dobro dos 2.073 desastres registrados anualmente em média, nas duas décadas entre 2000 e 2019. O cenário é “alarmante”, dizem os pesquisadores. Por sinal, todos os cientistas que têm acesso às evidências confessam o arrependimento por terem sido tão tímidos, tão conservadores, tão discretos no anúncio das mudanças climáticas. Estas chegaram sob a forma de verdadeiras tragédias, ceifando vidas, cenários e causando enorme prejuízo material.
O custo dos danos entre 1995 e 2023 foi estimado em mais de quinhentos e cinquenta bilhões de reais. Quantia tão astronômica, de tantos “zeros”, que sequer se pode imaginar o que significa.
Todos os biomas foram atingidos, principalmente Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica. O impressionante foi o número de incêndios em São Paulo, que teve aumento de 423% nos focos detectados, o maior do país.
Lamentável que esses crimes – a maior parte dos incêndios paulistas provém de ação de delinquentes – fiquem sem investigação e sem apuração. E, portanto, sem punição.
Isso deve acender um alerta em todas as pessoas que querem que a humanidade continue a existir nos próximos anos. Cada cidadão de boa vontade precisa se converter num guardião do ambiente. Denunciar atitudes suspeitas. Chamar a polícia. Apagar inícios de incêndio. Pois tudo tem um começo. Se houver reação logo de início, o fogo não se propagará.
Melhor ainda se as pessoas se convencessem de que devem plantar árvores. Para repor as milhões de espécies arbóreas que foram exterminadas ao longo dos séculos. Árvore é tudo o que pode melhorar a situação climática das cidades. Se as pessoas soubessem o valor de cada árvore para prolongar sua vida, para dar mais qualidade existencial às cidades, não haveria quem deixasse de plantar novos exemplares e contribuindo para que a aventura terrena sobre o planeta venha a ter sequência. A hora é de agir. Não dá mais para esperar sentado que as coisas melhorem de forma espontânea. A melhora depende de cada um de nós.