José Renato Nalini

Escapamento cancerígeno

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Temos todos noção de que o planeta está poluído e já não é o habitat saudável que a humanidade encontrou quando aqui teve início o que ainda se chama “civilização”. Assustamo-nos com a rapidez na destruição das florestas, com a sujeira das águas, mas nem sempre nos lembramos de que a atmosfera também está enferma, diante de nossa irresponsabilidade.

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Mas a ciência colabora para nos alertar. Equipe internacional de pesquisadores identificou a poluição do ar como causadora de câncer de pulmão em pessoas que nunca puseram um cigarro na boca.

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Descobriram os cientistas que as partículas finas no ar poluído causam inflamação nos pulmões e isso ativa genes de câncer preexistentes que, sem elas, permaneceriam adormecidas.

Esse trabalho foi realizado no Instituto Francis Crick em Londres e foi financiado pelo Cancer Research UK, com divulgação no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica em Paris, no dia 10 de setembro. Assim, a campanha contra o fumo ganhou adeptos, diante da advertência da medicina: cigarro dá câncer nos pulmões. Mas a poluição do ar também causa tumores.

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Os cientistas apuraram que mais de trezentas mil mortes por câncer de pulmão a cada ano, em todo o planeta, sejam causadas por partículas poluentes muito finas, com diâmetro inferior a 2,5 mícrons, conhecidas como MP2,5, material particulado. São emitidas pelo escapamento de veículos e por queima de combustíveis fósseis. Mais um motivo para se deixar de usar o petróleo e o carvão, ambos venenosos, embora largamente empregados no mundo inteiro, para propiciar mobilidade aos humanos.

O triste é que as células com mutações causadoras do câncer se acumulam naturalmente, à medida em que se envelhece. Mas permaneceriam inativas, não fora a poluição do ar, que as desperta, incentiva-as a crescer e a formar tumores.

Os cientistas também já haviam conseguido demonstrar que dois importantes carcinógenos ambientais – a fumaça do tabaco e a luz ultravioleta – danificam o DNA e criam mutações geradoras de tumores. Mas ainda não tinham provado que a poluição dos escapamentos fosse propagadora desse mal que continua a ceifar vidas, em pleno século 21.

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O que se está fazendo para reduzir o trânsito em todas as cidades?

* José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LET

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