José Renato Nalini
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A emergência climática reclama a participação de todas as pessoas. Mas, principalmente, daquelas mais providas de discernimento, presumivelmente adquirido numa boa formação educacional. A deficiência da escolarização brasileira gera uma generalizada ignorância sobre os reais impactos que o aquecimento global já causa e pode ainda vir a causar, com gravidade maior, em prejuízo de todos os vivos.
A juventude contemporânea, que parece já ter nascido com chip, familiarizada com os algoritmos, acostumada a refletir em termos de metaverso, nanotecnologia, internet das coisas, Inteligência Artificial, tem facilidade maior para enxergar os problemas sob uma perspectiva holística. Tudo interfere com tudo. Ela possui condições de inventar soluções para velhas questões. Não precisa ser algo genial, estupendo, gigantesco. Não. Respostas factíveis para pequenos problemas ajudam bastante.
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Como educar a população para que não descarte tanto resíduo sólido? Para que se conscientize de que os resíduos orgânicos são nutrientes da terra, fertilizantes úteis para que a produção alimentar seja ainda mais saudável e potente?
É impossível encontrar fórmulas viáveis para o aproveitamento da alimentação que não é consumida nos restaurantes, nos bares, nos hotéis? Com o recolhimento dessa quantidade enorme de “restos”, seria possível saciar a fome de milhares de nossos irmãos.
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Encontrar respostas para a proliferação de fios que deixam a cidade mais feia, são alvo de furto, quando rompidos por quedas de árvore ou qualquer outra causa, podem causar acidentes, tudo isso poderia ser objeto de pesquisa dos talentosos e originais criadores de startups, essas ágeis microempresas inteligentes, que depois crescem e podem se tornar unicórnios.
O mundo é outro e a mocidade sabe disso. Até as crianças têm mais facilidade no uso eficiente das tecnologias e não se pode mais permanecer à margem desse potencial de soluções para a maior ameaça que já recaiu sobre a humanidade, desde que ela iniciou sua aventura neste planeta.
O universo da criatividade está sendo chamado a colaborar com a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e para criar fórmulas de adaptação a elas, sem prejuízo de perseverar na luta pela conscientização ecológica da maioria. Sem isso, o futuro poderá ser muito mais sombrio do que as piores previsões catastrofistas ousaram anunciar.
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Confiemos no tirocínio e na postura quase sempre entusiasta e otimista da juventude brasileira. Dependemos dela para o enfrentamento desse fenômeno criado pela insensatez com que o ambiente foi tratado e continua a sê-lo, até nossos dias.
* José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
Foto: Dave Hoeffler/Unplash
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