José Renato Nalini
Que nota é essa? É a percepção da integridade
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A Transparência Internacional é uma organização que anualmente elabora o Índice de Percepção da Corrupção desde 2012. Entre 2023 e 2024, o Brasil caiu do 104º para o 107º lugar, com uma pontuação 34, numa escala que vai do zero a cem. É como se um aluno, que precisaria tirar ao menos cinco para passar de ano, tirasse 3,4.
Que nota é essa? É a percepção da integridade no país. Quanto maior a nota, maior a confiança da população em seu governo. De acordo com os entrevistados, o Brasil está abaixo da média global, que é 43 e abaixo da média das Américas, que atingiu 42.
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Estamos empatados com Argélia, Nepal, Tailândia, Maláui, Peru e Niger. Há dez anos, empatávamos com Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Essuatini.
Isso evidencia que os brasileiros não acreditam nos esquemas oficiais de combate à corrupção. Embora autoridades federais não concedam à Transparência Internacional as credenciais para avaliar o Brasil, esse índice deveria preocupar o governo.
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Também está em questão o funcionamento do sistema Justiça. Um país que combate a corrupção seria mais atuante na punição de pessoas que se locupletam à custa do Estado. Uma nação que tem milhões sem esgoto, sem água, sem moradia, sem trabalho e sem educação, precisaria cuidar melhor de seu povo.
Contribui para essa lamentável performance, o fato de os Poderes cuidarem mais dos seus orçamentos, de emendas Pix e de Fundos Partidário e Eleitoral, antes de combater a miséria e a exclusão.
O perigo é a sociedade civil se acostumar com a bandalheira e não se importar mais em preservação dos costumes austeros das velhas gerações que sabiam distinguir o que é de todos e o que é meu, hábitos que muitos parecem ter condenado ao ostracismo.
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É urgente o retorno da ética em todos os lares brasileiros. Ética para cobrar compostura de qualquer agente de autoridade. Ética para escolher melhor os representantes no Executivo, no Parlamento e para cobrar conduta incorruptível dos integrantes do sistema Justiça.
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