José Renato Nalini

Compostagem dá lucro

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O Brasil perde dinheiro ao não separar adequadamente os resíduos sólidos. Somos um país do desperdício. Jogamos fora tudo o que poderia ser reaproveitado e que resultaria em melhor destinação do dinheiro do povo. Como dizia Churchill, “o Estado não tem qualquer quantia que lhe não tenha tirado antes”. Governo não produz riqueza. Funciona com a contribuição do povo. Se o povo fosse mais preparado, fiscalizaria com rigor a utilização do resultado de seus impostos.
 
Poucas as cidades que têm um projeto consistente de reciclagem. Principalmente da reciclagem urbana, mais conhecida como compostagem. Ela diminui a quantidade de substâncias orgânicas levadas aos aterros sanitários, fornece adubação para arborização urbana e reduz a emissão de metano, de que o Brasil é o quinto maior emissor no mundo.
 
Se o município for inteligente, ele economizará recursos do orçamento reservados a contratos de limpeza e optará pela compostagem, que é mais barata e sustentável. E isso é muito fácil de fazer, em toda cidade. Ela ainda é mais barata quando descentralizada. É melhor ter lugares pequenos do que pátios gigantescos. O Ministério do Meio Ambiente já financiou trinta projetos municipais com editais para implantação de programas de compostagem e prepara uma Estratégia Nacional de Resíduos orgânicos Urbanos. Isso previne o desperdício de alimentos e também produz fertilizantes naturais, contribuindo com a eliminação dos malditos “lixões”, fonte de perda de qualidade de vida e de disseminação de enfermidades. 
 
Uma sólida educação ambiental faria com que a população toda se interessasse pelo projeto que, no fundo, abateria a fome fiscal da cidade. Formar mão-de-obra para os catadores, encarregados da coleta do material orgânico, e dos operadores da compostagem, daria emprego para muitas pessoas. É um projeto ambientalmente correto, sustentável, econômico e de prevenção dos efeitos danosos das emergências climáticas. O Marco Legal do Saneamento já prevê a compostagem, no Decreto 10.936/2022.
 
Sua cidade leva a sério a compostagem? Você colabora com ela? O que pretende fazer a respeito?
 
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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