José Renato Nalini
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O maior perigo que a humanidade corre em nossos dias decorre da mudança climática resultante do aquecimento global. Todos sabem disso, mas nada se faz de concreto para evitar o desastre final. Todos os encontros só produzem mais emissão de gases venenosos. Nada se verifica em redução do gás carbônico expelido.
O aquecimento global atinge todo o planeta. A chuva ácida não respeita fronteiras. Os homens emitem a cada ano cinquenta bilhões de toneladas de CO2 e o ideal seria a redução das emissões a zero até 2050. Algo impossível, pois só se registra acréscimo na contaminação da Terra.
Seria necessário que os preços de todas as mercadorias e serviços refletissem o custo do gás carbônico emitido na sua produção e distribuição. Se houvesse um preço único para esse gás venenoso, criar-se-iam estímulos econômicos necessários à preservação das florestas, alteração de costumes e incremento nas inovações tecnológicas favoráveis à redução do aquecimento global.
Nos países europeus, as empresas que não conseguem reduzir suas metas compram créditos daquelas que superam a meta. Ocorre que empresas venderam ativos emissores de gás carbônico para empresas mais opacas, o que não significa diminuição de emissão. Apenas transferência de papeis.
A melhor ideia, segundo Cândido Bracher, é de Raghuram Rajam, que foi presidente do Banco Central da Índia. Ele propõe um sistema de “Incentivo Global de Carbono”, mediante o qual os países com emissão acima da média mundial – cerca de sete toneladas per capita – pagariam todos os anos uma quantia a um Fundo Global com valor equivalente ao produto da multiplicação de sua emissão per capita, acima da média e pelo preço por tonelada a ser arbitrado.
Esse Fundo pagaria aos países com emissão abaixo da média um valor calculado pelo mesmo critério. Todos os países estariam igualmente estimulados a reduzir suas emissões. Seja para reduzir a quantia a pagar, seja para aumentar a quantia a receber.
O Brasil ainda poderia assumir protagonismo, se conseguir zerar o desmatamento e, além disso, plantar mudas nativas nas áreas devastadas e hoje ociosas. Será que veremos atitudes responsáveis ou continuaremos a brincar com fogo?
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