José Renato Nalini
Continua depois da publicidade
Foto: Lukas/Pexels
Tenho ouvido às vezes referências desabonadoras aos patrões. São exigentes, desumanos, ganham muito e pagam pouco. Um certo ressentimento separa aquele que manda e ordena do subalterno que lhe presta serviço.
Continua depois da publicidade
Na medida do possível, recomendo prudência nesse juízo. O patrão é essencial à subsistência de inúmeras famílias. Se ele não empregasse e pagasse pelos préstimos contratados, como iriam viver os trabalhadores?
A garantia de emprego, recebida como algo natural pelo contratado, custa a quem emprega inúmeros sacrifícios e preocupações. Empregar custa caro. Há uma carga tributária excessiva. Uma burocracia infernal, de um governo perdulário que tem dinheiro para sustentar estruturas gigantescas e onera o contribuinte com pesadíssimos impostos.
Continua depois da publicidade
O fantasma da reclamação trabalhista, quanta vez incentivada por profissionais da área jurídica desprovidos de ética. Os códigos de conduta a serem observados dentro do espaço laboral. Qualquer inobservância sujeita o empresário a pesadas sanções.
Tudo isso precisa ser meditado pelo profissional empregado. Se não quer ter patrão, alce voos e ganhe posições de mando. Passe em concurso. Essa modalidade de recrutamento para as carreiras públicas está sempre aberta e à procura de quem estuda e merece a remuneração paga pelo povo.
O povo é também o patrão do funcionário público. Este deve cuidar do patrimônio estatal com carinho maior do que aquele com que trata suas próprias coisas. Pois está a se servir daquilo que é de todos. O destinatário do serviço público merece respeito. E o patrão não é o prefeito, governador ou presidente da República. O verdadeiro patrão é a cidadania, aquele conjunto de seres individuais que mantêm, com o seu contributo, o funcionamento da coisa pública. Enfim, seja da iniciativa privada, seja do governo, o patrão merece respeito. É quem garante o seu sustento e a sua sobrevivência.
Continua depois da publicidade
Benditos os patrões, que mantêm vínculo funcional com milhões de brasileiros e que alavancam a economia nacional, mantendo os seus empregos. Antes de reclamar do patrão, que tal pensar nisso?
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.
Continua depois da publicidade