José Renato Nalini
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O Brasil é conhecido no restante do mundo pela Amazônia. A última grande floresta tropical do planeta está quase toda em nosso país. Circunstância que levou alguns exaltados a proclamarem nosso direito a destruí-la: uma questão de “soberania”.
O bom senso precisa prevalecer numa terra que já produziu Paulo Nogueira Neto, Chico Mendes, Aziz Ab’Saber e outros heróis ecológicos e que ainda possui Carlos Nobre, o único brasileiro a integrar a Real Society de Londres. Bom senso evidenciado pelo Presidente Lula ao comparecer, ainda antes da posse, à COP-27. Reforçado com a escolha de Marina Silva para liderar o Ministério do Meio Ambiente. Consolidado na visita à Casa Branca, oportunidade em que propôs a Joe Biden uma governança global para a Amazônia.
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Textualmente, Lula afirmou que a Amazônia não é apenas “um santuário da humanidade”, mas deve ser um “centro de pesquisa compartilhado com o mundo todo. Certíssimo. Interessa a toda a humanidade a preservação desse patrimônio que, antes mesmo de ser descoberto, foi condenado ao extermínio pela ganância de braços dados com a ignorância.
O trabalho de redescoberta e de revalorização amazônica deve ser de todos: Estado e sociedade. Todas as Universidades precisam ter campus na região, para pesquisar a exuberante biodiversidade que garantirá nosso amanhã. Para ampliar o campo de trabalho de pesquisadores, protetores da floresta, cuidadores, guias turísticos, plantadores, agricultores sustentáveis, toda uma gama profissional bem diversa da variada criminalidade que ali se estabeleceu. Em lugar de garimpeiros, posseiros, ocupantes, grileiros, assassinos, contrabandistas, pessoas sérias, conscientes de que aquele tesouro é suficiente para o sustento de inúmeras gerações.
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O empresariado precisa levar à Amazônia a sua expertise, para produzir valor agregado e não se resignar ao extrativismo primitivo, à exportação de comodities, sujeitos às vicissitudes do mercado. A sociedade civil precisa despertar infância e juventude para conhecer e se orgulhar da Amazônia, que pode e deve ser o destino de quem queira mudar – para melhor – o futuro do Brasil. Amazônia para todos os humanos, com o Brasil como anfitrião lúcido e acolhedor, não como dendroclasta que o converteu em Pária Ambiental, vergonha que não pode ser esquecida, sob pena de ser repetida.
* José Renato Nalini é Diretor-Geral da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras.
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