Enquanto as COPs representam encontros de marketing, promessas a não serem cumpridas, acordos frágeis e os governos se preocupem mais com eleições, fundos partidários, emendas pix e orçamentárias, a esperança reside na iniciativa privada.
A empresa, essa instituição que teve de sobreviver, a despeito de políticas estatais que parecem ter ojeriza ao lucro, embora legítimo, tem condições de oferecer à humanidade aquele resquício de esperança em dias melhores.
Depende da iniciativa particular implementar os treze projetos para instalação de plantas de hidrogênio verde no Brasil. Uma promessa factível para substituir combustíveis fósseis e reduzir emissões de gases venenosos que estão pondo em risco a continuidade da vida sobre a Terra.
São sete grupos à frente dos planos de produção de hidrogênio verde. Um deles prevê uma planta em São Paulo, a ser implementada pela Eneva. É muito importante que todos se compenetrem de que devemos exigir do governo uma efetiva atuação em favor do ambiente e que nos posicionemos em relação ao Parlamento, nos três níveis da Federação.
O Legislativo, que se converteu naquele instrumento de produção de regras que conduzirão a atuação estatal na assimétrica formatação federalista tupiniquim, precisa se convencer de que os tempos exigem posturas firmes, criativas e empreendedoras. O que está em jogo é o futuro da vida sobre a Terra e não mera politicalha.
Todas as nações estão preocupadas com as emergências climáticas. Veja-se que a China, um dos países que mais emitem os gases do efeito estufa, implementou um dos maiores projetos solares do mundo, para reduzir o consumo de carvão e controlar as emissões. No deserto de Taklamakan, houve a instalação de quatro gigawatts, um empreendimento que equivale a toda a capacidade solar do Canadá. O plano chinês é ambicioso: construir 455 gigawatts de energias renováveis nos desertos do país nesta década. É um exemplo que deve ser seguido por todos, inclusive pelo Brasil, que já dispõe de matriz energética renovável em situação privilegiada perante o restante do planeta.
Agarremos as oportunidades e renovemos as esperanças num mundo melhor. Não há por que só cultivar o desalento, enquanto existe espaço para agir.