José Renato Nalini

A última sessão

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Assisti, no Cine SESC, a exibição do filme “A última sessão”, um premiado longa-metragem indiano, considerado o “Cinema Paradiso” daquela nação que possui tantos pontos de contacto com o Brasil.

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A direção é de Pan Nalin e ele narra a história de um garoto de nove anos, Samay, interpretado por um menino bem expressivo, Bhavin Rabari. 

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A família dele é muito pobre. O pai, embora brâmane, de uma casta considerada superior na Índia, possuía gado mas foi ludibriado pelos irmãos. Sobrevive fornecendo chá aos passageiros de trem que faz uma parada na mísera localidade: Chalala. Essa função é considerada inferior, principalmente para ser exercida por um brâmane. O garoto é obcecado por cinema e cabula as aulas para assistir filmes no “Cine Galáxia”, o único da cidade. Passa a conhecer o responsável pela projeção e, em troca de lhe oferecer a comida que a mãe prepara, como lanche escolar, vai se inteirando da rotina do trabalho, manuseando os filmes contidos em grandes latas e se tornando um valioso auxiliar para o funcionário. O sonho infantil é ser cineasta. Quando comunica ao pai, o conservador brâmane, embora a exercer uma atividade humilde, considera o cinema inadequado para a sua estirpe. É um pai violento, costuma surrar o menino valendo-se de um cajado, que aciona sem piedade nas costas, pernas e braços do filho. A perseverança de Samay

e algumas circunstâncias fazem com que ele e seus amigos consigam reproduzir, numa ruína abandonada, uma espécie de cinema rudimentar. A criatividade do grupo é surpreendente, pois a criançada se responsabiliza pela sonorização, num exercício lúdico apaixonante. Trabalham, se divertem e partilham com os familiares essa experiência que chegou a sensibilizar o rude genitor do protagonista do filme.

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Mais detalhes seriam spoiler. Mas o filme é emocionante, conta com elenco infantil de muito talento e é uma homenagem ao bom cinema, culminando com a menção de muitos cineastas que nos ajudaram a viajar, a sonhar e a transformar nossa vida.

A exibição no Cine SESC da Rua Augusta 2075 tem início em 12 de dezembro e não pode ser ignorada ou perdida. Afinal, como diz o marketing de “A última sessão”, histórias viram luz, luz vira filmes e filmes viram sonhos. 

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