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Pesquisadores da NASA pesquisaram e chegaram à conclusão que se prognosticara. Se a temperatura global chegar a mais 2 graus centígrados, o Norte e o Centro-oeste brasileiro serão as regiões mais prejudicadas do planeta.
Não é achismo, nem palpite. É ciência pura. A pesquisa é assinada por Taejin Park, Ramakrishna Nemani e Ian Brosnan, do Centro de Pesquisa Ames, na Califórnia e foi publicada no “Earth’s Future”, periódico muito respeitado.
A credibilidade do relatório é que ele aumentou a resolução da futurologia. Enquanto os modelos climáticos hoje utilizados usam uma resolução que divide o planeta em quadrados de duzentos quilômetros de lado, agora o exame reduz essa análise para quadrados com vinte e cinco quilômetros. É uma exatidão muito maior para se verificar o que ocorrerá.
Haverá intensidade de secas, precipitações pluviométricas trágicas, frequência de eventos extremos. Chegar-se-á ao “fire Weather”, ou “tempo de fogo”. Muitos incêndios, muitas mortes.
Redução das chuvas, terrível perda da umidade relativa do ar. Tudo agravado com o desmatamento desbragado na Amazônia, no Cerrado e nos demais biomas.
Haveria necessidade de mais essa advertência da NASA, para que o Brasil tomasse juízo? O que está faltando para que toda a sociedade, em vez de esperar pelo governo, cujo horizonte é a próxima eleição, tomasse as rédeas da reação à insanidade que acometeu a maior parte da Nação?
O país tem um déficit de um bilhão de árvores. Quantas estão sendo plantadas? O que as cidades estão fazendo para o enfrentamento da crise climática em pleno e acelerado curso? As árvores servem para atenuar a temperatura urbana. Elas são fonte de vida e de saúde. Mas são arrancadas, podadas irregularmente, mortas e não repostas.
Não haveria necessidade da NASA nos dizer que episódios como o de São Sebastião e Petrópolis podem ocorrer e, infelizmente, com gravidade aumentada. E o que dizer do inverno de 2023, que foi praticamente um tórrido verão?
Até quando o planeta irá tolerar a maldade do bicho-homem?
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.