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Mas será que a prática seguirá o discurso? O Brasil é pródigo em planos e promessas. Avaro na execução dos primeiros e no cumprimento das segundas.
Todos sabem que o maior perigo que ronda a humanidade é a mudança climática gerada pela insensatez dos humanos. O abuso em relação à natureza, o desperdício, a sujeira, a falta de senso, a perversidade nua e crua, tudo contribui para acelerar o término da aventura dos “racionais” sobre a Terra. E diante da catástrofe, a cada dia mais perto, portam-se governo e sociedade como se não fosse com eles adotar táticas de ao menos mitigar a crise e atrasar o caos.
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Fala-se em “agenda de desenvolvimento sustentável”, mas na prática, incentiva-se o carro popular, instrumento poluidor e a mais egoística forma de transporte. É só apurar empiricamente o uso desse veículo: mais de noventa por cento a circular com um único passageiro, que é o próprio motorista.
O governo sabe e propala que a sustentabilidade não é mania, não é um novo modismo. É questão de salvação da humanidade. Mas ao mesmo tempo em que reconhece que a economia sustentável é uma oportunidade, permite que a Amazônia e os demais biomas sejam comprometidos e destinados à extinção, por força do domínio dos delinquentes apátridas que neles atuam. A transformação ecológica e a regulamentação do mercado de carbono estão na teoria.
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Explora-se, na verborragia, o plano de seis eixos do plano de transformação ecológica. Finanças sustentáveis, adensamento tecnológico, bioeconomia, transição energética, economia circular e nova infraestrutura verde e adaptação da sociedade brasileira a tudo isso.
Fala bonita. Mas o que ocorre na prática?
Onde a punição dos infratores ambientais? Onde o estímulo a que a iniciativa privada contribua para o reflorestamento? Onde o chamamento sério à comunidade internacional para trazer para o Brasil os trilhões de duros disponíveis para a descarbonização? Onde a educação ambiental que atinja toda a população, fazendo-a preservacionista para salvar a própria pele?
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Falar é fácil. Fazer é mais difícil. Mas a hora final já está no horizonte. A ciência já cansou de avisar. O bicho-homem colherá o fruto amargo de sua própria inconsequência.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Geral da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS.
Foto: Feeypflanzen/Unsplash
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