Engenharia do Cinema

Zack Snyder tem sua grande redenção em 'Rebel Moon'

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Após as duas primeiras partes de "Rebel Moon" receberem um corte mais leve e resumido para conseguir determinada facilidade para a Netflix lançar as produções em diferentes mercados mundiais (por conta do quesito de censura), consequentemente elas se mostraram uma bagunça completa e sem sentido.

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Diante das críticas plausíveis, o cineasta Zack Snyder comentou em várias entrevistas que o material que estaria na sua versão de ambos as partes seria não apenas completo, mas mudaria a perspectiva da narrativa (como ocorreu em "Liga da Justiça"). Com um total de 3h30 na primeira parte e 3h na segunda, vemos que ele não só conseguiu entregar uma das mais divertidas ficções-científicas dos últimos anos, como soube explorar e abrir portas para a franquia.

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A história mostra a misteriosa mercenária Kora (Sofia Boutella) juntando forças contra o maléfico ditador Atticus Noble (Ed Skrein), que viaja pelas galáxias com um intuito muito além da dominação e destruição de povos e planetas.

Desde os primeiros minutos da primeira parte, começamos a ver que existe um cuidado da parte de Snyder em explicar o quão maléfico é Noble (inclusive ele é claramente inspirado em generais nazistas) e como ele simplesmente está sedento por poder.

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Porém, é um vilão que vai ganhando forma à medida que a trama avança, pois onde quer que ele esteja, sabemos que não será um desfecho agradável. A escolha de Skrein para o papel é não só certeira, como ele transparece isso o tempo todo.

Em contrapartida, se nas outras produções muitas coisas não faziam sentido para Kora (em uma ótima atuação de Boutella, que sabe transitar entre o drama e ação com facilidade), neste parece que há um tratamento mais humano para ela e para os outros membros da sua equipe.

Entre as duas partes, há uma justificativa para a vingança de personagens como Guunar (Michiel Huisman), Nemesis (Bae Doona), Titus (Djimon Hounsou) e principalmente o ciborgue Jimmy (dublado por Anthony Hopkins). Além de roubar a cena, o simpático robô funciona como uma cereja nos arcos cruciais da trama. Mesmo com poucos diálogos, suas motivações o fazem ser o personagem mais humano de toda a trama.

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Os arcos apresentados possuem o famoso "começo-meio-fim", pelos quais abrem leques naturais para possíveis spin-offs e produções paralelas (onde muitas delas já estão sendo lançadas aos poucos por intermédio de podcasts, livros e séries animadas).

Por conta deste tratamento, há um interesse de procurarmos saber mais sobre esse cenário criado por Snyder, com nítidas homenagens a cineastas como Akira Kurosawa, Sergio Leone e George Lucas. 

No quesito das cenas de ação, elas realmente são bem conduzidas e mesmo com o slow-motion carregados, a presença de cenas com violência e sexo excessivos, possuem um contexto plausível e não são apenas jogados gratuitamente com o intuito de chocar e incomodar. Há um foco total na apresentação delas, inclusive.

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As versões de Zack Snyder para "Rebel Moon" não apenas comprovam que Zack Snyder é um dos melhores e mais criativos cineastas que existem, como sempre que dão liberdade para apresentar seus universos devidamente, coisa boa pode vir

 

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