Engenharia do Cinema

Zac Efron veste a sua ‘Garra de Ferro’ para acenar ao Oscar

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Depois de ter pendurado a camisa de Troy Bolton, o ator Zac Efron começou a investir em várias comédias divertidas do estilo ‘pastelão’ (como "Tirando o Atraso" e "Os Caça-Noivas"), que deixavam de lado cada vez mais seu rótulo de galã da Disney. Mas, de vez em quando (em raras ocasiões), ele resolve se aventurar em enredos mais sérios, com "Garra de Ferro" se encaixando neste rótulo.

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Além da produção deste longa ter como foco as premiações cinematográficas, o longa de Sean Durkin ("Gêmeas: Mórbida Semelhança") possui um escopo que aparenta e muito beber da fonte de "Rocky" e "Touro Indomável", mas felizmente, consegue desenvolver sua própria imagem, embora não seja marcante como os mencionados.  

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O longa se inspira na história real dos irmãos Von Erich, cujo pai (Holt McCallany) sempre os instruiu a serem lutadores tão bons quanto ele. Mas por mais que Kevin (Efron), David (Harris Dickinson), Mike (Stanley Simons) e Kerry (Jeremy Allen White) se esforcem, o sonho paterno começa aos poucos a afetar a vida de toda a família.  

Com roteiro e direção assinados pelo próprio Sean Durkin, havia uma ciência que o trabalho poderia ter partido para dois lados: o clichê dos filmes de esporte ou um drama familiar, com pitadas de cenas de luta bem conduzidas. Felizmente ele não só opta pela segunda opção, como sabe desenvolver isso e não há um exagero na retratação de nenhuma das situações, uma vez que o teor já é tenso por si.

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Se estivermos presenciando uma luta, é centrada apenas nela e nitidamente houve um preparo dos atores (principalmente de Efron), pois a câmera não faz jogos exagerados (inclusive, algumas delas são realistas demais) para esconder alguns descuidos pela falta de treinamento. Depois do desfecho das disputas e algumas festas, há momentos individuais com cada um dos irmãos, sem diálogos, enfatizando apenas expressões tristes e que transparecem o quanto eles não estão aguentando mais esse estilo de vida.

Ao mesmo tempo, acompanhamos o quão o cenário desta modalidade sempre foi um entretenimento combinado, pois antes das lutas, os adversários discutiam quais os golpes seriam feitos, assim como suas reações e posteriormente iam para festas com grande parte do dinheiro arrecadado. Foi dentro desta vivencia que a família Von Erich se tornou bastante famosa.

Entre essas passagens, Efron realmente demonstra um talento nato (inclusive, sua primeira indicação ao Oscar está cada vez mais próxima), pois ele intercala naturalmente sua vida familiar e profissional, com seu relacionamento com Pam (Lily James, que embora tenha química com ele, está meio apagada). É transparecido seus medos, aflições e paixões, e o espectador compra a trama neste contexto.

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Já nomes como Jeremy Allen White (protagonista da aclamada série "O Urso", e mais uma vez em uma família problemática) e Harris Dickinson ("Triângulo da Tristeza") aparecem relativamente pouco, mas são bem explorados diante da proposta. Principalmente quando estão em discussões pesadas com o próprio pai (em excelente atuação de Holt McCallany).

"Garra de Ferro" não é apenas uma ode à atuação de Zac Efron, mas também o primeiro grande sinal que ele está indo no caminho certo em sua carreira.

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