Engenharia do Cinema

‘Um Lugar Silencioso: Dia Um’ é uma pétala da obra de Krasinski

Depois do tremendo sucesso feito pelos dois filmes de "Um Lugar Silencioso", era óbvio que a Paramount iria explorar esta nova mina de ouro. Com o diretor e roteirista dos originais, John Krasinski (o Jim de “The Office”), aparecendo agora apenas como produtor e escritor da trama, ele passou as funções principais de "Um Lugar Silencioso: Dia Um" para Michael Sarnoski ("Pig"). Mesmo que ele tenha nos entregado ótimos dramas, este prelúdio possui muitas dificuldades na hora de desenvolver o seu suspense.

A história se passa nos primeiros dias da invasão de alienígenas sensíveis ao som, onde agora temos como protagonista Samira (Lupita Nyong'o), que se vê em uma luta pela sobrevivência junto de seu gato Frodo. No caminho ela se une a Eric (Joseph Quinn), para procurar escapar de uma Nova York cada vez mais caótica.

Sarnoski sabe como desenvolver bem o perfil da dupla protagonista, a ponto de nós procurarmos entender suas emoções e o que realmente os motiva para continuar lutando para sobreviver. Por isso, é perceptível que houve um grande treinamento prévio entre Nyong'o e Quinn fora das câmeras, tamanha naturalidade que eles transparecem.

Um mero exemplo é em uma sequência durante uma passagem chuvosa, pela qual ele coloca a dupla para se conhecer melhor. Sabemos que há o caos, mas no respiro a narrativa resolve usar este fator. Porém, quando ele os insere dentro das cenas de ação e suspense, o trem começa a sair dos trilhos bem devagar.

Enquanto Krasinski parecia uma criança em um parque de diversões com total liberdade, onde quase sempre colocava a personagem de Emily Blunt (que é sua esposa na vida real) nas situações mais malucas e tensas, Sarnoski não se preocupa com isso, pois ele sempre faz questão de deixar Samira e Eric dentro do caos como um todo que se tornou as ruas de Nova York (que remete até certo clássico de John Carpenter, com Kurt Russell), em várias situações já conhecidas da franquia.

Mesmo com os habituais barulhos feitos pelos protagonistas, as cenas sempre usam um terceiro para ser uma válvula de escape e estabelecer o cenário tensão, ou seja, não há tempo para torcermos ou termos mais aflições sobre eles. A parte engraçada, é que Sarnoski sabe trabalhar muito bem todos estes quesitos de tensão em apenas um personagem: o gato frodo.

Se assemelhando a um felino saindo do popular game "Stray", ele não só rouba a cena, como facilmente cativa o espectador por se mostrar mais inteligente que a maioria dos coadjuvantes (pelos quais quase sempre cometem descuidos que atraem as criaturas). 

Felizmente, isso não acaba prejudicando a obra como um todo, já que ela felizmente pode funcionar como uma obra antológica (embora tenha a presença do personagem de Djimon Hounsou, que aparece no segundo longa).

"Um Lugar Silencioso: Dia Um" abre um leque para um universo que ainda possui um grande potencial para ser mais explorado, mas soa como uma "desculpa" para  a demora pela terceira parte da trama principal.

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