Engenharia do Cinema
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Assim como os recentes "Top Gun Maverick" e "Um Tira da Pesada 4", durante anos se falou sobre uma possível continuação de "Twister". Um dos principais porta-vozes do projeto, o ator Bill Paxton (1955-2017) estava procurando formas de fazer ele ser acontecer e inclusive, em determinado momento, cogitou realizar as gravações em 3D, com a produção assinada pelo próprio James Cameron, mas a ideia não vingou por conta do alto orçamento.
Depois de um período com várias produções dos anos 80/90 agindo como uma Fênix, "Twisters" não é uma continuação direta do clássico, mas uma releitura da história que usufrui do avanço tecnológico para causar uma experiência única nas telonas.
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Após vivenciar um trágico episódio em um experimento com tornados, a cientista Kate Cooper (Daisy Edgar-Jones) passa a viver uma vida mais tranquila atrás de uma mesa. Ao reencontrar seu antigo parceiro, Javi (Anthony Ramos), ela resolve aceitar uma proposta para testar um novo sistema de análise de furacões. Só que ela não esperava ter seu caminho cruzado com Tyler Owens (Glen Powell), que literalmente domina os furacões, posta nas redes sociais e popularizou o hobby.
Assim como na produção de Jan de Bont, o único intuito aqui é prender a atenção do espectador e o entreter com as mais diversas cenas de ação envolvendo os personagens dominando a ira da natureza. Para isso, o roteiro de Joseph Kosinski (mesmo responsável por "Top Gun Maverick") e Mark L. Smith procura deixar a essência do original e saber usufruir o que pode ser feito no cenário apresentado.
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Um claro exemplo, é que a trama coloca como o verdadeiro vilão os próprios tornados, que são apresentados como um coadjuvante na trama. Para executá-los com maestria, o trabalho de mixagem de som é realmente bastante impactante, e dependendo do cinema onde for conferido, o público é colocado dentro da história.
Dentro deste contexto, o diretor Lee Isaac Chung ("Minari") sabe como trabalhar de uma maneira que não extrapole o absurdo ou que caia no típico dramalhão exagerado. Ele sabe dosar a maneira de explorar o perfil dos protagonistas e as cenas de ação, sem interferir ambos os contextos.
Isso é deixado claro apenas na personalidade de Kate e Tyler, pois além dos atores terem uma ótima química, em momento algum a dupla se deixa abater ou fica remoendo situações pelas quais eles acabaram vivenciando. Eles sempre procuram soluções, e transparecem um jogo de confiança que faz com o que o público goste e torça por eles.
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Se existe uma ligação direta com a produção de 1996, eu diria que apenas o estilo da narrativa e a trilha sonora de Benjamin Wallfisch, que remete ao icônico trabalho de Mark Mancina. Sim, estamos falando de um pseudo-reboot.
"Twisters" é mais um respeitoso filme de ação, que opta pelo simples e entrega exatamente o que o público estava esperando: uma narrativa pipoca e que entretém
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