'Tudo em Família' aposta em seu trio central e resulta em um apressado romance vazio

Infelizmente a Netflix acredita que por ter grandes nomes estampando suas produções cinematográficas é sinal de sucesso, independente da qualidade. "Tudo em Família" tem em seu elenco Nicole Kidman, Zac Efron, Joey King e Kathy Bates, que se encaixam exatamente neste padrão.    

Com uma trama que os desenvolve de forma apressada e procura plantar sementes, sem qualquer desenvolvimento, vemos mais um filme clichê e mal feito da plataforma. Agora entendemos como este título ficou quase um ano guardado nos cofres do serviço, mesmo estando pronto.

Após se demitir do cargo de assistente do famoso ator Chris (Efron), Zara (King) nota que ele não irá sair tão cedo de sua vida, já que ele começou um namoro com a sua própria mãe Brooke (Kidman).

Sob comando do cineasta Richard LaGravenese (que já foi indicado ao Oscar pelo roteiro de "O Pescador de Ilusões"), parece que ele estava mais interessado em receber seu gordo cachê, ao invés de entregar uma produção para entreter o público com qualidade. 

Mesmo com Kidman, Efron e King transparecendo uma atmosfera de química e intimidade, o material que eles tinham em mãos era horrível. O roteiro da estreante Carrie Solomon extrapola ao exercer uma sátira do próprio Efron (o astro egocentrico e burro), King (a menina experta e xiliquenta) e Kidman (a artista em crise existencial). Só que nenhuma destas abordagens são exploradas a ponto de entreter o espectador, pois elas se resumem a um conjunto de esquetes até o término.

Não existem risos, situações que convençam a torcermos por Chris e Brooke (mesmo com a ótima química entre Efron e Kidman, que já interpretaram brevemente um casal em "Obsessão"), ou até entendermos o ponto de vista de Zara. Tudo é simplesmente atirado em um gol, onde o goleiro sequer sabe para onde olhar.

"Tudo em Família" é mais uma produção genérica da Netflix, que usufrui do nome de seus protagonistas para caçar a atenção do seu usuário.