Engenharia do Cinema
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Desde a compra da Fox pela Disney, muito se falou sobre o destino de alguns personagens da Marvel Studios que estavam sob porte do estúdio, como os X-Men, Quarteto Fantástico e principalmente Deadpool (cujos dois filmes tinham acabado de ser um sucesso gigante nas bilheterias).
Após várias discussões e rumores, enquanto alguns ainda seguem incertos, Kevin Feige bateu o martelo e não apenas deixou Ryan Reynolds continuar interpretando Deadpool, como o colocou como um dos produtores e roteiristas oficiais do projeto (e não apenas como colaborador não creditado).
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Audacioso, o intérprete de Wade Wilson resolveu chamar ninguém menos que o próprio Hugh Jackman para voltar como Wolverine (mesmo depois do final definitivo de "Logan"). "Deadpool & Wolverine" é o suspiro que o estúdio precisava há tempos, depois de vários fracassos consecutivos.
Desta vez irei me abster de citar a sinopse, pois a grande graça em torno desta narrativa é não saber absolutamente nada e ser entretido pelas surpresas que são apresentadas. Afinal, estamos falando de um enredo feito para fãs não apenas dos quadrinhos, mas da Marvel antes do arco dos "Vingadores" nos cinemas. Isso mesmo, o roteiro é o famoso arroz com feijão simples.
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Não preciso dizer que Ryan Reynolds e Hugh Jackman possuem uma química divertida e autêntica, pois eles são amigos pessoais há anos. De um lado temos uma metralhadora de piadas e tiradas rápidas (pelas quais dependendo de seu nível de conhecimento de cultura pop, irão funcionar), e do outro há um homem bastante nervoso e disposto a partir para uma boa briga.
Já a vilã Cassandra Nova (Emma Corrin) não foge do padrão clichê das outras produções do estúdio, pois está em cena para ser uma antagonista que faz a história andar. Inclusive, por conta do teor da produção, ela merecia ser colocada como uma espécie de Thanos.
Assim como nos dois primeiros filmes de "Deadpool" a violência é apresentada de uma forma cartunesca, e não chega a ser chocante, mas sim engraçada. Quase sempre regadas a músicas de Avril Lavigne, NSYNC e Fergie, a sensação é estarmos vendo um espetáculo no Coliseu, dirigido pela loucura de Wade.
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Conhecido por fazer comédias como "Doze é Demais" e "Free Guy", o diretor Shawn Levy sabe dosar muito bem as cenas de ação (regadas a músicas aleatórias e violência gráfica, que representam a loucura na mente Deadpool) O resultado são momentos tecnicamente simples, mas que por conta dos cuidados tomados (como não mudar o foco, por exemplo), ficam ótimas de serem vistas.
O que também pode mexer com o psicológico e animação do público são as esperadas participações especiais. Não entrarei em uma vertente sobre quem aparece, mas elas não aparecem jogadas ou para passarem vergonha como em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura". Há um tratamento para eles se encaixarem dentro da história.
Como estamos falando de uma produção cujo único intuito é estabelecer um fanservice, depois da própria Marvel ter estragado qualquer coisa que estava em suas mãos desde 2020, "Deadpool & Wolverine" foi um presente para o fã que estava sendo torturado pela She-Hulk e O Cavaleiro da Lua
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