Remetendo a recentes sucessos do gênero como "Um Lugar Silencioso" e seguindo os moldes do seu pai atrás das câmeras, a filha do icônico cineasta M. Night Shyamalan ("O Sexto Sentido"), Ishana Shyamalan tem sua estreia como diretora neste suspense "Os Observadores". Assim como nas produções do citado, ela apela para a nossa curiosidade para prender a atenção durante a sua projeção.
Baseado no livro de A.M. Shine, a história gira em torno de Mina (Dakota Fanning), que durante uma viagem para realizar uma entrega para o seu chefe, tem seu carro enguiçado no meio de uma floresta. Ao procurar ajuda, ela se depara com três misteriosas pessoas e se vê obrigada a ficar presa em uma sala, para se esconder de misteriosas criaturas que surgem ao anoitecer.
Dakota Fanning é conhecida por escolher personagens interessantes no cinema, e sua Mina facilmente entra para este hall. Mesmo com sua premissa sendo clichê, o mistério e dúvidas que ela transparece no meio de um cenário tenebroso, nos faz pensar o que pode acontecer ali e qual seria sua fuga deste local.
Ao estarmos imersivos dentro deste cenário por conta da proximidade de Mina, Ishana começa a trabalhar um recurso muito sutil, mas que pesa no resultado final: a mixagem de som. Com constantes scary-jumps e ruídos que compõem o enredo, eles não são inseridos de forma rasteira e jogada.
Porém, a cineasta peca um pouco em relação ao roteiro, pois além dos habituais furos e contrariedades, há uma enorme forçação de barra em algumas situações apenas para causar um suspense maior.
Como é o caso do arco envolvendo o personagem Daniel (Oliver Finnegan), que se contradiz tanto, que parece preguiça ou facilitação narrativa do roteiro, ao insistir nestes descuidos.
"Os Observadores" é um interessante começo para a carreira de Ishana Shyamalan como cineasta, e deixa claro que a sua família sabe como conceber um suspense repleto de mistérios.