Engenharia do Cinema
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Depois de várias polêmicas recentes onde o próprio diretor Doug Liman fez declarações contra a decisão da Amazon em lançar o filme "Matador de Aluguel", diretamente em sua plataforma e sem uma janela para os cinemas (algo que está acontecendo com grande parte dos novos títulos deste serviço, pelos quais artisticamente falando, tira muito da experiência cinematográfica), a produção chegou ao Prime Video na última quinta-feira (21).
Se tratando de um remake do clássico de 1989, estrelado por Patrick Swayze, o longa consegue entreter o espectador por conta do talento dos atores envolvidos e da habilidade do próprio Liman na direção.
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A história gira em torno do ex-lutador de UFC, Dalton (Jake Gyllenhaal), onde após se ver com uma vida financeira complicada, resolve aceitar trabalhar como segurança em um bar na Florida Keys. Só que ele não imagina que o desafio seria mais violento do que ele pensava.
Embora o roteiro de Anthony Bagarozzi e Chuck Mondry não poupe clichês e se apoie no banal em sua concepção para nos apresentar o famoso "mais do mesmo", o diretor Doug Liman sabe como pode explorar sutilmente a sua execução.
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A começar que durante as cenas de luta, é notável o talento dele para conduzi-las, principalmente no clímax, que envolve uma determinada complexidade que nem todo diretor saberia realizar de uma forma direta, já que várias coisas estão acontecendo simultaneamente.
Neste contexto, vale destacar que o próprio Gyllenhaal entrou de cabeça no papel, pois ele chegou a treinar várias artes marciais para interpretar Dalton. Somando a carga dramática que ele transparece, foi um casamento que deu certo.
Ele só acaba perdendo seu brilho, devido a surpreendente ótima participação do próprio lutador Conor McGregor (em seu primeiro papel nos cinemas). Totalmente a vontade no personagem e entregando ótimos arcos, é um personagem que rouba a cena e possivelmente pode levar McGregor para outros projetos no setor cinematográfico.
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Com relação aos descuidos que são perceptíveis, temos o típico vilão mimadinho de Billy Magnussen (que está cada vez mais preso neste rótulo, quando não está vivendo amigo bobão em comédias como "A Noite do Jogo"), cuja grande maldade é socar um piloto de seu Iate, por não conduzi-lo direito em uma maré, cujo balanço estava resultando em falhas no seu barbear.
Outro fator prejudicial é o interesse amoroso de Dalton, a enfermeira Ellie (Daniela Melchior), pois ela é literalmente uma cópia moderna da mesma personagem de Kelly Lynch no original. Desde suas linhas de diálogos, até o carro que ela dirige, é semelhante. Mesmo se tratando de uma refilmagem onde 80% das coisas mudaram, este quesito foi um descuido enorme (já que a sua intérprete é uma ótima atriz e foi jogada fora).
Em comparação com o original de 1989, mesmo ambos não sendo nenhuma obra-prima ou supra-sumo do cinema de ação, obviamente que a produção encabeçada por Patrick Swayze e um Sam Elliott sem seu tradicional bigode, é a melhor.
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"Matador de Aluguel" termina como um remake que mesmo sem motivo para ser feito, consegue entreter sem compromisso na plataforma da Amazon.
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