Engenharia do Cinema
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Depois da maior pergunta da humanidade "o que acontece depois da morte", acabamos de conhecer uma nova dúvida que cercará o planeta terra por séculos: o que leva a Sony Pictures a produzir um filme como "Madame Teia", depois do fracasso de "Morbius" e ainda com os mesmos roteiristas?
Sendo o primeiro título da Columbia Pictures a carregar a abertura de 100 anos do estúdio, vemos que os envolvidos apenas estavam interessados em ver a cor do dinheiro "certeiro", em uma história sem vida e que sequer chega a ser bem desenvolvida. Isso vem refletindo na fraca arrecadação, que até então obteve cerca de R$ 280 milhões mundialmente, com custo de aproximadamente R$ 400 milhões.
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Para piorar este cenário, durante as entrevistas recentes para divulgação do filme, a atriz Dakota Johnson (da trilogia “50 Tons de Cinza”) comentou coisas apenas supérfluas como sua maior diversão na produção ter sido dirigir uma ambulância (inclusive na cena ela parece estar em um exame de auto-escola), em não ter botado fé ao fazer a maioria das suas cenas com um fundo verde e que nem pensou em assistir ao filme! Já era um sinal que os próprios envolvidos sabiam da bomba que seria isso.
Após sofrer um acidente, Cassandra Webb (Johnson) descobre possuir misteriosos poderes para controlar o tempo. Neste cenário, aleatoriamente percebe que as jovens Julia (Sydney Sweeney, que se esforça, mas está bastante perdida), Anya (Isabela Merced) e Mattie (Celeste O'Connor) estão correndo perigo e resolve defendê-las do misterioso Ezekiel Sims (Tahar Rahim).
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Havia uma propaganda da cerveja Schin, onde os personagens apenas respondiam "porque sim!". Os roteiristas Matt Sazama, Burk Sharpless (responsáveis por "Morbius"), Claire Parker e S.J. Clarkson (que também assina a direção) parecem ter partido dessa premissa na hora de conceber este roteiro cheio de furos e sem sentido.
Além de nitidamente viverem em uma realidade paralela, falta boa vontade em trabalhar algumas situações apresentadas (onde diabos eles achavam que um trio de adolescentes ficariam horas sentadas em uma floresta, sem fazer absolutamente nada?).
Quando tudo parecia que não poderia piorar, a inserção de elementos para ligar a trama com o personagem Homem-Aranha (que não pode ser mencionado diretamente por conta de contratos com a Marvel Studios) é vergonhosa, pois não acrescenta em nada. Um mero exemplo é a própria participação aleatória de um jovem Tio Ben (Adam Scott) e sua cunhada Mary Parker (Emma Roberts) que estava grávida do próprio Peter Parker na época.
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O vilão interpretado por Tahar Rahim é outro personagem canastrão, pois sua motivação não fica explícita e ele resolve sair atrás delas apenas por conta de um sonho (não estou brincando).
Partindo para o trabalho de direção de S.J. Clarkson, a impressão é que ela está descobrindo como funciona uma câmera agora, pois sua execução é totalmente amadora. Com uma sequência inicial que parece ter saído da série "The Office" (com tanto zoom que ela utiliza), cenas de ação com vários cortes bruscos (principalmente quando Dakota dirige sua ambulância a 30km/h) e arcos dramáticos mais parecendo terem saído de uma novela mexicana (com direito a uma música feita em tecladinho de churrascaria).
"Madame Teia" é mais um erro da Sony Pictures e um sinal de que o público não é mais trouxa como muitos executivos imaginavam.
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