Engenharia do Cinema
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Muitas continuações existem apenas por conta do excelente resultado nas bilheterias do original. "O Rei Leão" obteve US$ 1,65 bilhão mundialmente e como a Disney vem enfrentando uma grande crise criativa, resolveram tirar leite de pedra ao realizar um prequel deste e totalmente focado na história de Mufasa.
Fazendo um parâmetro com outra produção que foi concebida no mesmo intuito, no clássico "O Poderoso Chefão: Parte 2", víamos em paralelo a trajetória de Don Corleone (Robert De Niro), com seu filho Michael (Al Pacino), tentando continuar com o seu império. Mesmo com o público sabendo do desfecho do primeiro, havia um propósito para sabermos a sua história.
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Em "Mufasa: O Rei Leão", a justificativa apresentada é que Rafiki precisava ter algo para ocupar o tempo de Kiara, enquanto seus pais Simba e Nala estavam fora, e Timão e Pumba não possuíam mais nada de interessante para compartilhar com ela. Entre outras palavras, a situação criada foi totalmente forçada.
O roteiro de Jeff Nathanson (também responsável pela adaptação de "O Rei Leão") parecia ter sido feito no método "a marca já é rentável, e o público comprará qualquer coisa que colocar". Só que ele estava totalmente enganado em relação a isso.
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Com uma trama bastante previsível, ela tenta justificar os motivos que levaram Scar a se tornar um dos maiores vilões da Disney (e com uma leve passada de pano). De quebra, Mufasa é transformado em uma espécie de antagonista, ou seja, o estúdio mais uma vez está desconstruindo seus personagens gratuitamente.
Os únicos que funcionam realmente, e não sofreram alterações, são o Timão e Pumba, que roubam a cena e continuam hilários. O que faz pensar na questão da dupla ganhar um live-action só deles, até mesmo como minissérie.
Felizmente o cineasta Barry Jenkins (vencedor do Oscar por "Moonlight") sabe como conduzir tomadas de ambientação edramáticas, e elas são necessárias em grande parte da narrativa.
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Assim como a produção dirigida por Jon Favreau, essa continuação ainda apresenta um belíssimo cenário e ambientação que se assemelham com a realidade. Inclusive, os próprios animais continuam realistas, em sua maioria.
Só que nas cenas de suspense e ação, ele procura focar no rosto do protagonista, intercalando com um plano geral e isso não transparece a emoção que deveria.
"Mufasa: O Rei Leão" termina como mais um estranho no ninho da Disney, pelo qual será recordado apenas em listas ou visitas ao catálogo do Disney+.
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