Engenharia do Cinema

'Maníaco do Parque' tenta ser um 'Ted Bundy', mas se perde no caminho

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Após o sucesso dos três filmes sobre o caso de Suzane Von Richthofen, a Amazon anunciou a produção de um longa-metragem e documentário sobre o serial-killer Maníaco do Parque. Um dos casos mais chocantes do Brasil no final dos anos 90, até hoje possui uma repercussão na mídia por conta da possibilidade dele ser solto em agosto de 2028 (informação divulgada no longa, inclusive).

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Diferente dos títulos estrelados por Carla Diaz, o diretor Mauricio Eça (que também comandou a trilogia de Richthofen) procura corrigir alguns erros e estruturas narrativas do citado que beiravam o amadorismo, e se tornaram hilárias. 

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A trama gira em torno de duas histórias paralelas. Em um lado temos o misterioso Francisco (Silvero Pereira), que começa a assassinar diversas mulheres na Grande São Paulo. Do outro, temos a jornalista Elena (Giovanna Grigio), que começa a investigar os casos e publica as informações na imprensa.

É perceptível que Eça estudou e muito o funcionamento da rotina de um jornal, pois além de Grigio convencer como uma profissional da área, a narrativa executa sua profissão de forma respeitosa e insere pontos comuns da profissão (como vemos ela escrever as notícias, pesquisar, ir na rua conversar com as pessoas e etc). 

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Embora a própria Elena e seu arco sejam em partes fictícias, é plausível dentro da ideia do cineasta. Ao chegar nos últimos 20 minutos, Eça extrapola com o famoso recurso das frases de efeito e auto-explicativas, cujo intuito é apenas viralizar os frames em redes sociais.

Como é o caso da utilização dos personagens de Marco Pigossi (Vicente) e Bruno Garcia (Zico), que surgem para isso e "exporem" que são machistas e não respeitam Elena por ser mulher. Isso não era preciso, pois as atitudes físicas já apresentavam isso.

Com relação a Silvero Pereira, sua performance para este tipo de personagem sempre resulta em algo plausível. Só que desta vez,fica perceptível que faltou um pouco mais de Eça ter dado liberdade profissional para ele desenvolver Francisco. 

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Um exemplo é a inserção de trilha sonoras que "desenham" os seus sentimentos, como em uma cena onde ele está fazendo uma entrega de moto e toca de fundo uma música aleatória do Charlie Brown Jr.

"O Maníaco do Parque" consegue ser melhor executado que os filmes sobre Richthofen, mas peca ao desenhar demais o óbvio.

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