Engenharia do Cinema

'Guerra Sem Regras' é mais uma cereja de Ritchie e Cavill

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Após fracassar nos cinemas mundiais com uma renda de US$ 27 milhões, custando US$ 60 milhões a Lionsgate, "Guerra Sem Regras" foi lançado no Brasil direto no catálogo do Prime Video e vem fazendo sucesso no serviço desde o último dia 25 de julho. 

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Mesmo com um visual e temática semelhantes a "Bastardos Inglórios", a produção dirigida por Guy Ritchie ("Magnatas do Crime") não é apenas inspirada em fatos reais, como tem uma curiosidade inusitada: serviu como base para a criação de James Bond.

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Baseado no livro de Damien Lewis, a história mostra um grupo de militares conhecidos como Special Operations Executive (SOE), fundada pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill. Usando métodos nada convencionais e liderados por Gus March-Phillips (Henry Cavill), eles são ordenados para inibirem estratégias nazistas em pleno ápice do regime de Hitler.

Ritchie já demonstrou saber explorar seus coadjuvantes e aqui isso não é diferente. Em um primeiro plano acompanhamos March-Phillips em ação com seus parceiros compostos por Anders (Alan Ritchson, que rouba a cena), Geoffrey (Alex Pettyfer), Freddy (Henry Golding) e Henry (Hero Fiennes Tiffin). Em paralelo, vemos os agentes de campo Marjorie (Eiza González) e Heron (Babs Olusanmokun), se infiltrando nos grupos inimigos e passando as informações para o grupo das estratégias nazistas. Poderia ser confuso por conta dos vários detalhes abordados, mas não é.

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O roteiro assinado pelo próprio diretor com Paul Tamasy, Eric Johnson e Arash Amel sabe que está sendo abordado uma temática complexa e por isso, além de situar o espectador diante do cenário onde a produção se passa na Segunda Guerra Mundial, não poupa o entretenimento nas cenas de ação.

Colocadas em contextos plausíveis para o enredo, elas são carregadas de violência no modo cartunesco (que fazem rir pelo estilo satírico) como no arco que envolve o resgate de um dos membros do SOE, em uma base nazista. Acompanhada da trilha sonora de Christopher Benstead, parece que estamos acompanhando uma esquete do Pernalonga.

Com relação ao suspense exercido, por mais caricatos que sejam os perfis dos protagonistas, nós conseguimos criar um vínculo com eles a ponto de nos preocuparmos com seus destinos. Principalmente quando estão para encarar os nazistas, onde um deles é interpretado justamente por Til Schweiger (que estava no longa de Tarantino, como um dos parceiros de Brad Pitt).

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Legal, mas onde entra Bond? Um dos aliados de confiança de Churchill era o próprio Ian Fleming, pelo qual em 1953 lançou o livro "007 - Casino Royale". Para conceber James Bond, ele se inspirou não apenas no próprio Gus March-Phillips (cuja postura se assemelha ao icônico personagem), mas também em outros agentes pelos quais ele chegou a conhecer nestas operações. 

"Guerra Sem Regras" é mais um acerto de Guy Ritchie, que ainda sabe usar sua fórmula em distintas produções. Uma pena que não foi para os cinemas nacionais

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