Engenharia do Cinema

‘Godzilla e Kong’ entrega apenas o que os fãs queriam

Continua depois da publicidade

Depois de "Godzilla vs Kong" ser lançado em plena pandemia e ter fracassado por conta do lançamento híbrido nos cinemas e Max (na época HBO Max), em 2021, sua continuação foi realizada sem muito alarde pela própria Warner.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Após vários fãs terem criticado as produções do Monsterverse (como foi rotulado este projeto com vários filmes de Godzilla e King Kong, que se passam em um mesmo universo) por dar mais atenção aos humanos, do que os personagens do título, "Godzilla e Kong: O Novo Império" consegue entregar tudo aquilo que eles queriam há tempos: porradaria ao extremo entre monstros. Porém, isso não significa que funciona por completo.

Continua depois da publicidade

Após perceberem uma estranha anomalia dando sinais vitais dentro da Terra Oca, a cientista Ilene Andrews (Rebecca Hall) se reúne com uma nova equipe para descobrirem o motivo. Neste cenário, Kong começa a descobrir novos seres semelhantes a ele e Godzilla passa a demonstrar um comportamento mais agitado que o normal.

Novamente sob o comando do diretor Adam Wingard, parece que ele ouviu os pedidos dos fãs sobre como eles queriam ver uma narrativa com os dois maiores monstros do cinema. Com um enredo focado no próprio Kong, enquanto Godzilla aparece relativamente pouco (uma vez que ele está mais interessado em ficar dormindo dentro do Coliseu), parece que o cineasta freou no fator "contar uma história".

Continua depois da publicidade

Diferente do recente "Godzilla: Minus One" (que foi uma aula sobre como se realiza uma produção sobre monstros), esta trama mirou apenas por executar um sensacionalismo barato com suas cenas de ação regadas a computação gráfica.

Embora elas sejam muito bem realizadas, principalmente no design dos protagonistas e da Terra Oca, não há o que reclamar nesse quesito. A cena de batalha no Rio de Janeiro foi mal explorada, pois não há uma sensação de ameaça quando eles estão lutando no local (inclusive a única coisa brasileira foi a imagem do Cristo Redentor com a música de fundo). Portanto, não haveria diferença se ela fosse em outro país.

O roteiro de Terry Rossio, Simon Barrett e Jeremy Slater parece literalmente não se importar com os personagens, uma vez que não existe uma profundidade ou tratamento na maioria deles, principalmente se não fizerem parte diretamente ao arco do próprio Kong. Agora com um novo "companheiro", sua trama parece ter sido tirada dos últimos games de "God of War" (tamanha semelhança com o arco de Kratos e seu filho).

Continua depois da publicidade

Agora os personagens humanos de Rebecca Hall (Ilene Andrews), Brian Tyree Henry (Bernie Hayes), Dan Stevens (O Caçador, que é uma cópia do Ace Ventura) e Kaylee Hottle (Jia), foram inseridos apenas para colocarem facilitações narrativas, pois eles só servem para salvar o próprio Kong na hora certa (até mesmo para cuidar dos seus dentes). Eles só foram inseridos aqui, mais por conta de marketing.

"Godzilla e Kong: O Novo Império" é um verdadeiro 'fan service' aos espectadores mais fervorosos dos personagens, mas se esquece que isso não sustenta uma boa narrativa.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software