'Flow' é uma tímida produção, com uma reflexão gigante

Ao ser anunciado como o grande vencedor na categoria de Melhor Animação, no Globo de Ouro 2025, "Flow" começou a chamar a atenção do mundo. 

Concebida na Letônia, por intermédio do aplicativo gratuito Blender, custou US$ 4 milhões, e deixou comendo poeira títulos como "Divertida Mente 2", que tiveram um orçamento de US$ 200 milhões.

Sem diálogos, a história apenas mostra um gato que tenta sobreviver durante uma grande inundação em uma floresta. No caminho ele começa a desenvolver uma relação com uma Capivara, Lêmure, Golden Retriever, Serpentário, Cachorro e uma Cegonha.

O diretor Gints Zilbalodis, que também cuida do roteiro com Matiss Kaza e Ron Dyens, opta por em um primeiro momento nos apresentar o cenário hostil em que vive o gato. 

Os cuidados técnicos ao apresentar a atmosfera onde ele vive, são belíssimos, e ganham uma pitada extra quando ele se esbarra com um grupo de cachorros que brigam por um peixe. 

Já em um segundo momento, ele começa a demonstrar que a natureza sempre depende do apoio de todos, para conseguir sobreviver.

Um claro exemplo são as constantes cenas onde os próprios animais, dentro de uma embarcação, começam a "salvar" os outros que estão ilhados em diferentes pontos do cenário.

Além disso, a trama ainda opta por explorar tópicos delicados como a morte, o renascimento e a solidão. Tudo isso sem diálogos, apenas com gestos e barulhos dos bichos. 

Estes curiosamente foram captados diretamente dos cães e gatos pertencentes à própria equipe, enquanto os outros foram diretamente tirados de animais que pertenciam a um zoológico da região.

"Flow" é um interessante retrato sobre como a natureza e os animais conseguem ter um caráter de união e sobrevivência, até melhor que os próprios seres humanos.