Fernanda Torres faz história em um Globo de Ouro memorável

A vitória de Fernanda Torres foi sem dúvidas uma das coisas mais memoráveis na história do cinema brasileiro, mesmo com "Ainda Estou Aqui" não conseguindo vencer em filme estrageiro.

Com uma fraca apresentação da comediante Nikki Glaser, que mais parecia uma debutante com vergonha de se apresentar na frente da sala, o único sentimento que tínhamos era a curiosidade de conhecer os vencedores.

Embora os votantes do Globo de Ouro não sejam os mesmos que votam no Oscar, a premiação costuma ter uma importância não apenas por ser a primeira da temporada, por ser a responsável por "desenhar" possíveis resultados do que está por vir até o careca dourado.

A primeira vitória foi bem inesperada, pois a atuação de Zoë Saldaña em "Emilia Pérez" não era a favorita para atriz coadjuvante. O mesmo pode-se dizer em ator coadjuvante para Kieran Culkin, por seu papel em "A Verdadeira Dor". Ambos os títulos chegarão aos cinemas nacionais em 06 de fevereiro e 30 de janeiro, respectivamente.

Diferente do Oscar, a categoria de roteiro mescla os textos que são adaptações e originais, o que a faz ser uma uma verdadeira incógnita. Mesmo com "A Substância" se mostrando como um potencial favorito, o prêmio foi para "Conclave", que pode surpreender em roteiro adaptado do Oscar.

Com relação a vitória de Demi Moore por atriz de comédia (sim, a menção foi estranha) em "A Substância" (que venceu o prêmio pela primeira vez), ela serviu para sinalizar ao Oscar que ela está pronta para receber uma indicação da Academia. Não apenas por sua interpretação, mas pela virada que ela deu em sua vida. É algo que os votantes do Oscar adoram, e provavelmente sua indicação é certeira.

Interessante foi ver que finalmente Sebastian Stan começou a ter seu reconhecimento nas grandes premiações. Premiado por seu papel como ator de comédia por "Um Homem Diferente", mostra que por mais que ele tenha sido praticamente boicotado por grande parte da mídia durante sua campanha, seu talento consegue superar quaisquer situações como essas.

Só que a grande surpresa da noite, foi a animação "Flow" ter vencido potenciais favoritos como "Divertida Mente 2" e "Robô Selvagem". Ao contrário dos citados, a produção foi totalmente feita no software de código aberto Blender e não possui diálogos.A estreia segue prevista para 30 de janeiro nos cinemas brasileiros.

Confirmando seu favoritismo em festivais de cinema, o cineasta Brady Corbet (que também é ator e estrelou títulos como "Violência Gratuita") venceu o prêmio de direção por "O Brutalista". A produção demorou sete anos para ser concluída e promete ter vitórias consideráveis em outras premiações. Ela chegará aos cinemas nacionais em 20 de fevereiro.

Partindo para a parte musical, uma das únicas coisas que realmente funcionam em "Rivais" é a trilha sonora elétrica de Trent Reznor e Atticus Ross. Isso foi reconhecido como o prêmio na categoria, com direito a um grito de comemoração do próprio Elton John. 

Por mais que imprevisto seja o segundo nome do Globo de Ouro, uma vitória inusitada foi a de "Wicked" em Maior Realização Cinematográfica e em Bilheteria, sendo que ele concorria com títulos como "Divertida Mente 2" e "Deadpool & Wolverine", que tivera resultados financeiros melhores.

Sem dúvidas, a vitória de Fernanda Torres foi um dos momentos mais impactantes e surpreendentes da noite. A atriz foi a primeira brasileira a vencer na categoria na história da premiação e com isso possivelmente veremos seu nome figurar entre as indicadas ao Oscar 2025.

O mesmo pode-se dizer de Adrien Brody, que começou a trilhar seu caminho para seu segundo Oscar, com sua vitória em "O Brutalista". 

Este que ainda faturou o prêmio de melhor filme dramático, que só deixa ainda mais claro que a campanha durante os festivais ainda despertam a curiosidade. O mesmo pode-se dizer de "Emilia Pérez", que continua se mostrando como favorito ao vencer como melhor filme de comédia/musical.