Engenharia do Cinema
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Revelada por intermédio da série "Stranger Things", da própria Netflix, a atriz Millie Bobby Brown aos poucos tem começado a encabeçar vários projetos cinematográficos da plataforma. Depois dos divertidos dois títulos de "Enola Holmes", "Donzela" bebe da nova geração de títulos Woke, pelos quais nos colocam dentro do cenário da "Princesa durona com o Príncipe banana", com ela sempre sendo a vítima, em meio a uma sociedade grosseira.
Mesclando o que há de melhor em "House of The Dragon" e "Frozen", este longa do diretor Juan Carlos Fresnadillo ("Extermínio 2") se assemelha à escrita de uma adolescente de dez anos.
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Após seu Pai (Ray Winstone) lhe forçar a se casar com o Príncipe Henry (Nick Robinson), a Princesa Elodie (Brown) descobre que o verdadeiro intuito da Rainha Isabelle (Robin Wright) era lhe colocar para ser devastada por um dragão feroz. Sem outra escolha, ela se vê em duas opções: fugir ou enfrentar a criatura.
"Em contos de fadas, o príncipe sempre defende a princesa. Aqui a história é diferente". Apenas nesta fala de abertura, já sentimos que o roteiro de Dan Mazeau ("Velozes e Furiosos 10") será totalmente beirando a forçação de barra. Resumindo suas habilidades de durona apenas com o cortar de uma lenha, em sua primeira cena, Elodie literalmente vira uma "Ramba" quando passa a viver no cenário do Dragão. Em segundos, ela mostra habilidades militares de anos de treinamento.
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Isso quando ela não se machuca gravemente, onde tudo é resumido em um grito de cinco segundos de Brown (que está péssima e nitidamente forçada neste papel), com o intuito de representar que ela é a grande durona da situação. Por conta desses detalhes, o espectador não cria nenhum apego com a personagem, pois não somos convencidos por absolutamente nada disso. Saudades de boas protagonistas como Furiosa e Ripley.
Com relação ao restante do enredo, tudo é muito jogado para o espectador (a decisão dela ser forçada a se casar com Henry, dura menos de dois minutos) e embora tentem explicar algumas motivações da maldade do Dragão, isso é deixado de lado (afinal, é mais interessante ter uma protagonista mal escrita detonando uma personagem frágil, com meia dúzia de golpes certeiros).
Embora o visual do Dragão em si, esteja realmente bem realizado e convincente, existem dois breves momentos de tensão, que embora funcione, o fator clichê prejudica um pouquinho sua conclusão (uma vez que o próprio roteiro havia estabelecido a possibilidade do desfecho ter sido diferente).
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"Donzela" é mais uma tentativa frustrada em tentar realizar, de qualquer maneira, um filme de ação adolescente, estilo que os próprios espectadores já estão cansados de assistir.
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