Engenharia do Cinema
Personagem retorna ainda mais amadurecida
Universal Pictures/Divulgação
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Interpretada por Renée Zellweger, Bridget Jones é uma das mais populares personagens das comédias românticas dos anos 2000. Criada pela escritora Helen Fielding, seus três primeiros longas beiram ao humor pastelão, com pitadas dos charmes de Colin Firth, Hugh Grant e Patrick Dempsey (no caso do terceiro).
Diferente de "Capitão América: Admirável Mundo Novo" (que decaiu na qualidade, e está literalmente na sala ao lado), em seu quarto filme, "Bridget Jones: Louca Pelo Garoto", o humor fica mais de lado e o foco se torna o drama, e isso Renée já deixou claro que sabe como fazer (lembrando que o primeiro filme de 2001, a rendeu sua primeira indicação ao Oscar).
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Após a morte inesperada de Mark Darcy (Colin Firth), Bridget vive uma rotina de mãe solteira com seus dois filhos e conta com o constante apoio de Daniel Cleaver (Hugh Grant). Decidida e tomar uma nova vida, ela começa a se envolver com o jovem Roxter (Leo Woodall) e ter uma breve atração por um professor de seus filhos (Chiwetel Ejiofor).
Também responsável pelo roteiro com Dan Mazer (responsável pelos dois filmes de "Borat") e Abi Morgan, Fielding sabe que Bridget amadureceu ainda mais nos últimos anos, pois há a inserção de atos mais dramáticos que comprovam isso. Agora os risos no prólogo, são substituídos pelas lágrimas.
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Em um primeiro momento acompanhamos o processo de luto dela em relação a Mark e como isso a deixou travada. Sem apelar para flashbacks, mas para breves inserções de Firth em algumas cenas básicas em sua rotina como ir a um jantar entre amigos e dar boa noite aos filhos.
Já por outro lado, vemos ela tentando se reerguer e disposta a não só ser uma mãe mais presente, como conciliar sua vida profissional com a pessoal. Sutis, essas inserções conseguem emocionar facilmente.
Ao mesmo tempo, mas de forma homeopática, também vemos um Daniel Cleaver mais amadurecido e disposto a abraçar o cenário com Bridget. Além de ser responsável por 70% das piadas e roubar a cena, Grant perceptivelmente também amadureceu tanto quanto seu personagem.
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O mesmo pode-se dizer da breve participação da Dra. Rawlings, vivida por Emma Thompson no terceiro longa. Ela já havia conseguido ter um destaque, e mesmo aparecendo pouco, ainda consegue ser hilária.
Embora ainda sejam uma "nova versão" de Mark e Daniel, Ejiofor e Woodall funcionam diante do material que possuíam em mãos. O primeiro decai sobre as piadas de duplo sentido ocasionadas "acidentalmente" pela própria Jones (algumas são hilárias, inclusive). Já o segundo ainda beira ao lado mais sério e "galã".
"Bridget Jones: Louca Pelo Garoto" é mais um acerto da icônica franquia, pois conseguiu manter sua qualidade e dosar o seu estilo em relação ao tempo.
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