Engenharia do Cinema

'Como Vender a Lua' sabe comercializar os bastidores do marketing da NASA

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Até hoje existe uma polêmica em torno se o homem realmente pisou na lua, e que os EUA forjaram a situação, por intermédio de um curta feito por Stanley Kubrick, apenas com o intuito de se mostrarem mais importantes e ágeis que a então Rússia/União Soviética. 

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Realizado pela Apple TV+, o longa "Como Vender a Lua" pega carona neste contexto para apresentar uma história fictícia (pelo menos em partes), sobre como a NASA conseguiu vender para o público que este era um momento importante para a humanidade. 

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A história gira em torno de Kelly Jones (Scarlett Johansson), uma mulher que é conhecida por conseguir o que quer, apenas por sua lábia, que é contratada pelo misterioso representante do governo dos EUA, Moe Berkus (Woody Harrelson), para um trabalho inusitado: vender ao mundo a importância da viagem do homem a lua, assim como os trabalhos da própria NASA. Ela não apenas aceita, como começa a gerar conflitos com o próprio diretor do Apollo 11, Cole Davis (Channing Tatum). 

O roteiro de Rose Gilroy (estreante na função e filha da atriz Rene Russo com o cineasta Dan Gilroy), em um primeiro momento faz questão de situar o quão era crucial para o governo estadunidense, a possível vitória na corrida espacial e como as pessoas comuns não faziam ideia do cenário que estava prestes a acontecer. 

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Embora ela apresente este cuidado histórico, o retrato em torno de Kelly é forçadamente fictício dentro do cenário. Com discursos feministas que sequer eram plausíveis naquele meio (já que a NASA nunca foi uma agência conhecida por movimentos sociopolíticos), a sensação é que queriam mudar a todo custo o contexto da época. 

Graças ao talento de Johansson (que é uma ótima atriz) estes descuidos não conseguem prejudicar o andamento da narrativa, pois assim como a sua própria caracterização, ela consegue vender a sua personagem para o espectador e remete e muito ao estilo da icônica Lucille Ball. O mesmo pode-se dizer pela parceria com Tatum, que mesmo sendo apenas operante, não se desvirtua do timing.

Conhecido por ter escrito séries da DC como "Arrow", "Supergirl" e "Flash", o cineasta Greg Berlanti sabe como trazer um tema complexo como este, de uma forma onde o espectador leigo consiga comprar a motivação dos personagens e, de quebra, faz um divertido gato preto roubar a cena (e causar risos instantâneos). Além do fato de sempre manter um respeito pela imagem dos astronautas do Projeto Apollo (que faleceram durante um incêndio no período de testes).

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"Como Vender a Lua" é um interessante retrato de uma passagem bastante polêmica na humanidade.

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