Engenharia do Cinema
Brasileira divide a cena com Scott Eastwood
Imagem Filmes/Divulgação
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Marcando a estreia da brasileira Isis Valverde (Avenida Brasil) no cinema estadunidense, após a atriz Camila Queiroz (Beleza Fatal) ter recusado o convite devido a conflitos de agenda com a produção da Max, "Código Alarum" reune todos os ingredientes para passar despercebido em algum catálogo de streaming.
No entanto, devido à presença de Isis e de Sylvester Stallone, o projeto acabou sendo lançado nos cinemas nacionais e recebeu um breve destaque na mídia. Com um orçamento de US$ 20 milhões, é visível que cerca de 40% foi direcionado ao cachê do eterno John Rambo, já que a produção tem cara de um filme de terceira categoria.
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A história acompanha o casal de espiões Joe (Scott Eastwood) e Lara (Willa Fitzgerald), que são surpreendidos por um ataque em uma cabana isolada. Além de tentarem localizar um disco rígido, precisam enfrentar membros da velha guarda, entre eles, Chester (Stallone).
O roteiro, assinado por Alexander Vesha, é desleixado e parece não se importar com absolutamente nada. Não há qualquer aprofundamento nos personagens, alguns deles são claramente esquecidos ao longo da trama, enquanto o texto aposta todas as fichas no trio principal, Fitzgerald, Eastwood e Stallone, para sustentar a narrativa.
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Fitzgerald até se esforça para entregar cenas de ação minimamente convincentes (como já mostrou em "Desconhecidos" e na série "Reacher"), mas Eastwood e Stallone seguem no modo piloto automático, com atuações canastronas. O diretor Michael Polish, por sua vez, não demonstra habilidade para coordenar as sequências de ação.
Um exemplo claro disso está em uma cena em que Joe enfrenta vários atiradores na floresta: há quase seis cortes, com enquadramentos diferentes, apenas enquanto ele corre e se prepara para atirar nos figurantes, o resultado é desorientador.
Mesmo levando em conta que filmes desse tipo geralmente blindam os protagonistas de qualquer ameaça real (raramente são feridos ou têm desfechos trágicos), não há, em momento algum, qualquer conexão emocional entre os personagens e o público. Especialmente no caso de Isis Valverde.
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Interpretando Bridgette Rousseau, uma francesa com ascendência brasileira, sua personagem tem um arco tão irrelevante quanto sua participação: limitada aos primeiros 20 minutos do longa e completamente esquecível.
Já o vilão vivido por Mike Colter (o Luke Cage da Marvel) parece ter aceitado o papel apenas como um trabalho temporário enquanto não é chamado por Kevin Feige para retornar ao MCU.
No fim das contas, Código Alarum é só mais um filme de ação genérico, esquecível e mais uma mancha na filmografia de Stallone e um começo bem aquém do esperado para Isis Valverde em Hollywood.
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