Engenharia do Cinema
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Ao vermos os nomes de Tom Hanks e Robert Zemeckis envolvidos em alguma obra, é sinal de que será algo de qualidade positiva. Mesmo com o recente "Pinóquio" sendo uma rara exceção, "Aqui" tem uma premissa inusitada. Com a câmera estacionada na sala de uma casa, toda sua ação decorria diante de sua visão, desde o início dos tempos até os dias atuais.
Além do retorno da parceria da dupla com Robin Wright, quase 30 anos depois de "Forrest Gump", muito se cogitava da obra ir parar na temporada de premiações. Só que não foi bem isso que aconteceu, por uma série de fatores.
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Baseada na HQ de Richard McGuire, a produção tem como protagonista a sala de estar de uma casa e como ela se tornou parte da vida de várias famílias que se confraternizavam nela.
O roteiro de Eric Roth e do próprio Zemeckis consegue criar uma narrativa natural e interessante no arco que envolve a família de Richard (Hanks) e Margaret (Wright). Mesmo com um CGI horrível (em grande parte feito com auxílio de inteligência artificial), principalmente nas cenas que envolvem rejuvenescimento facial (ainda mais quando há um enquadramento no rosto), a montagem se torna a grande vilã.
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Sempre que existe alguma discussão crucial entre os citados ou algo bem delicado envolvendo os pais do primeiro (Paul Bettany e Kelly Reilly), a montagem faz questão de inserir alguma passagem aleatória que não se soma em absolutamente NADA.
Nestas são inseridas os arcos das famílias do amante da aviação e dos Harris, onde além de não possuírem desenvolvimento, foram apenas atiradas ao vento.
Como "desculpa", a narrativa indiretamente diz ao espectador "isso aqui é exclusivamente focado no que a câmera mostra no decorrer dos anos, não importa as histórias". Só que isso poderia ter sido resumido em menos de 10 minutos e linearmente, com o foco total indo para a família de Richard, cuja história é interessante.
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"Aqui" tem uma ideia diferente, mas é mais um exemplo de que, às vezes, não se deve deixar tudo apenas com os fatores técnicos.
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